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CAOS NA SEGURANÇA BANCÁRIA
 


      Com muita pena é que vejo o escoamento do minguado dinheirinho nacional indo para as burras de grupos da marginalidade. É justo do caos na segurança nos bancos ao qual me refiro.
 
      Nas capitais e cidades maiores, as ditas “saidinhas bancárias”; em cidades do interior, grandes e pequenas, sobretudo lá, os arrombamentos de caixas eletrônicos. E com dinamite, que foi ou ainda é controlada pelo Exército.
 
      Às caladas noturnas, ou mesmo em plena luz do dia, bandos de quinze a vinte homens chegam a uma cidade qualquer e atacam o minúsculo destacamento. Estouram os caixas, dinamitando-os, ou fazem todo mundo de reféns. Levam o gerente e/ou alguns clientes e familiares dele, e pronto. É mais um assalto a banco, bem sucedido para os marginais.
 
      Essa, hoje, é a nossa realidade. De sul a norte, de leste a oeste. Somente no Ceará, este ano, com mais uma agência estourada na cidade de Tamboril, o número cresce a setenta e nove bancos. Isto há dois dias.
 
      O trágico de tudo é que não existem medidas que tragam o remédio eficaz da segurança mínima que exigem as ordeiras e sofridas gentes usuárias dos bancos. Em uma cidade de pequeno ou médio porte, contingentes de três a cinco policiais são apenas uma farsa dos governantes.
 
      Melhor que deixassem as cidades à mercê da sorte. Assim seria uma desmoralização a menos para as autoridades do Estado. E o povo, então, que se defendesse só, com unhas e dentes, lá onde se põe um efetivo de mísera cifra de homens, ainda com revólveres 38 nos coses, para enfrentar vinte bandidos fortemente armados, com armas modernas, de grosso calibre.
 
      Dei cifras redondas do meu Estado. Quem quiser contabilize, também, aí em seus territórios, a exorbitância de ataques a bancos. Não é para defender o tutu dos capitalistas. É para zelar pela coisa pública. O Banco do Brasil, sem dúvida o mais atacado, pelo andar dessa carruagem, vai ficar sem um tostão. Patrimônio nacional, dinheiro do povo, e uma das poucas fontes que o tucanato glutão, à época do desgoverno de FHC, não torrou, passando nos cobres, ao fogaréu da privataria.
 
      Mas é geral a pândega de assaltos e arrombamentos a bancos, nesta pátria brasileira. Se não há segurança pública, então que fiquem em alerta as populações rurais e as cidadezinhas. Olho vivo em caras estranhas não faz mal nenhum. Igual a caldo de galinha, que não faz mal.
 
      Os crimes se dão da maneira mais variada e criativa possível. Ora sequestram famílias inteiras de gerentes bancários, ora vão primeiro às delegacias, fazem de refém o único plantonista e zás, daí dominam toda a cidadezinha. Ou, então, mesmo de cara limpa, invadem tudo à luz do sol.
 
      Autoridades, aqui, não fazem como praticam alguns países, sobretudo os EUA. Lá, pregam-se cartazes, divulgam bem as fuças dos fichados perigosos, oferecem recompensas, em dinheiro, e tudo fica mais fácil para a identificação. Autoridades pães-duros não funcionam. Estado unha de fome não premia nem os policiais que resistem à tentação de suborno e corrupção.
 
      Outro dia, em Fortaleza, uma viatura “Ronda do Quarteirão” prendeu um sujeito, que pretendeu molhar a mão dos tiras. Foi subindo o valor, já estava em 50 mil reais a negociação com o pessoal da viatura. Aí os policiais simularam que aceitaram soltar o camarada, que estava armado e fizera não sei que tipo mais de danação.
 
      A viatura trabalhou bem, simulou na hora que toparia a propina e, quando pegou a bolada, lavrou a prisão do safardana. Na delegacia, foi constatado. O homem que quis subornar era nada menos que o chefe do tráfico de toda a zona oeste da Loira Desposa do Sol, além de mandante de inúmeros assassinatos, vários processos abertos, sendo procurado como perigoso fora da lei.
 
      Quem recebeu um reconhecimento do Estado, uma fitinha no ombro, pela façanha de honestidade? Quem recebeu o prêmio, eu ou vocês, aí, nos distantes polos do norte e do sul do País?
 
      Quando gatunos furaram um túnel de quase cem metros, no centro de Fortaleza, para levar uma fortuna incalculável do Banco Central – quase... Sei lá dizer quantos milhões de reais! – senti uma pena danada. Foi como se aquela dinheirama fosse minha. Resultado? Ao que parece, os ladrões desse caso cinematográfico já estão quase todos no olho da rua.
 
      Fazer o quê? Isto aqui é Brasil.
 
Fort., 06/07/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 06/07/2013
Reeditado em 06/07/2013
Código do texto: T4374655
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