1- Não poucas vezes escutei religiosos, agradecendo algo que o Senhor lhes ofertou, dizendo que conseguiram abrir uma empresa, compraram um carro ou obtiveram um bem tão desejado.
 
No meio da euforia, eles complementam:
“Vou abrir a segunda empresa”
“Comprei mais um carro” ou “Meu filho também já tem um carro”.
 
Após a fala, todos gritam “Deus é maravilhoso!”.
 
2- É fundamental indagar o seguinte:
 
Deus é ou não é maravilhoso?
É preciso definir sem hesitar!
 
Deus não será mais ou menos maravilhoso caso nós estejamos felizes porque desfrutamos uma vitória terrena.
 
A magnitude do Pai nada tem a ver com a prosperidade dos homens.
 
3- Um cidadão rico pode dar um carro a alguém.
Um cara bondoso pode abrir uma empresa no nome de outra pessoa.
 
Aliás, não precisa ser bondoso nem nenhum cidadão de bem.
Um mafioso pode dar um carrão a um membro de sua organização.
Assim, na hora de realizar as missões, o deslocamento flui rápido.
 
As conquistas materiais os homens não precisam solicitar a Deus.
Basta ter um ótimo padrinho.
 
4- Há dádivas, entretanto, que somente Deus nos oferta.
 
A inteligência, a perseverança, a coragem, a oportunidade de estudar e trabalhar, a saúde facultando as forças indispensáveis, a harmonia interior são exemplos de “presentes” que só Deus pode conceder.
 
Ao contrário, os carros, as empresas e todo o dinheiro possível, Deus permitirá que alcancemos, porém isso não é o mais importante.
 
Tais êxitos são irrelevantes quando pensamos no sucesso da alma.
Eles são passageiros e não justificam nossa inquietação.
 
5- Na prática, no entanto, é muito habitual priorizá-los.
 
Não foi essa a proposta de Jesus.
 
Os carros do ano, as mil empresas rentáveis e as alegrias mundanas, que muitos religiosos almejam, também constituem as ambições dos traficantes, bandidos e desonestos.
 
Será que a meta agradável a um cidadão desonrado pode combinar com a meta de um cristão?
 
6- Talvez o meu discurso incomode, porém isso está errado.
Pretendendo chegar a Deus, precisamos querer outras coisas.
 
Continuaremos ansiosos por abrir empresas?
Permaneceremos lotando as ruas com carros pertencentes a cada um dos membros de nossas famílias?
Seguiremos pedindo a Deus aquilo que os pilantras também almejam?
 
7- Ou buscaremos nos aproximar do Pai, pedindo a Ele que nos ensine o amor e a humildade?
 
Afinal de contas, nós escolhemos para comandar nossos passos o quê?
 
Preferimos o Evangelho ou o lucro velho?
 
8- Por que os religiosos que administram empresas pagam apenas o salário mínimo aos funcionários?
 
O governo estabelece um valor indigno mínimo.
Nada impede, entretanto, o cristão de pagar um valor maior.
 
Por que não estimular os empregados, oferecendo estudo?
Por que não incentivar o trabalhador dedicado?
 
Quando Deus concede uma empresa, Ele espera que o empresário tenha atitudes santas conduzindo sua empresa.
 
9- Olho para os dois lados.
O que enxergo?
 
No lado direito, há religiosos preocupados com a reforma da casa, comprando uma televisão de mil polegadas, estourando o cartão de crédito e ligando para a prefeitura porque tem um mendigo deitado na calçada do prédio no qual eles moram.
 
No lado esquerdo, existem os profanos comprando imóveis, sonegando o imposto de renda, trocando de carrão, escutando pagode, bebendo cerveja e ligando zangado para a prefeitura porque o mendigo continua ocupando a calçada.
 
Vejo tudo igual!
 
10- Seria bom ver religiosos que valorizam a essência da religião!
 
Seria bom que buscassem primeiro “o Reino de Deus e a Sua justiça”!
Enfim, seria muito bom conhecer verdadeiros cristãos!

Onde eles estão?
Quando cruzarem o meu caminho, prometo que direi “Olá!”.
 
Vou encerrar o texto, pois preciso dar um telefonema.
 
“Caramba! Esse mendigo chato ainda não saiu da calçada!”
 
Um abraço!
 
 
 
Ilmar
Enviado por Ilmar em 25/09/2013
Reeditado em 25/09/2013
Código do texto: T4497010
Classificação de conteúdo: seguro