O PODER SUBIU A CABEÇA

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Querer a verdade é confessar-se incapaz de a criar.

Friedrich Nietzsche

O poder pode subir à cabeça de qualquer ser vivente diante da fragilidade humana que representamos temporariamente, um exemplo disso, é a cultura de se fazer festa para casar, nascer e para morrer, é assim o ciclo natural em qualquer tribo do mundo. A cultura de que quem morre de véspera é peru... e a vida continua sendo sempre assim.

O povo tem cultura suficiente para compreender e entender quando o “poder subiu a cabeça” dos governantes: federais, estaduais e municipais. Inclusive sabe quando está sendo manipulado através de programas sociais do tipo: minha casa minha vida, bolsa escola, vale gás, bolsa família, etc., e isso é cultura. A certa parcela do povo a grosso modo com esses programas sociais (que julgamos precisos e necessários, diante da falta de distribuição de igualdades e oportunidades da sociedade em que estamos vivendo sem ter a quem apelar, se assim não fosse, o quebra-quebra não seria apenas em São Paulo, Rio de Janeiro e outros grandes centros não, a coisa estaria muito pior do que atualmente..., isso chama-se o grito dos injustiçados brasileiros e é uma forma do poder popular subir a cabeça contra o poder constituído nos três níveis de governos e poderes, vejam o que aconteceu ontem no Rio de Janeiro, o crime organizado invadiu o Forum Judiciário de Bangu para resgatar alguém de sua estirpe e associação para o crime, isso também é cultura), fica acomodado pensando que essas modalidades de compras de votos fora do tempo eleitoral, nunca vai se acabar. E a classe mais favorecida fica com o ônus de pagar a carga tributária federal, estadual e municipal. É um consórcio da irresponsabilidade pública, não ensinar a população aprender pescar, pois, quem sabe pescar, aprende uma profissão e não ficará jamais nas mãos de pessoas que se mantém no poder via o a distribuição tais benefícios que não são dele, e sim da população que trabalha e paga impostos diretos e indiretos. E isso também é cultura.

Se não bastasse, tem cultura para tudo, inclusive a cultura de que “panela velha é que dá comida boa”, isso se relacionando a pessoas de ambos os sexos de idade avançada, bem de vida, rica, etc., e pode envolver aí a cultura em sentido objetivo e sentido subjetivo. Alguém é jovem, de ambos os sexos, pobre, sem profissão, sem escolaridade definida e quer tirar vantagem em termos gerais, aí procura uma pessoa (homem ou mulher) velha, feia, rica e carente de cama... aí o bicho pega, diante da carência a pessoa mal amada, aí vem o golpe certeiro... a universidade dos canais de televisão, TV Globo, por exemplo, explora muito tempo a sexualidade e o uso das pessoas e suas necessidades prementes, ex-vi o caso da novela: “Amor à vida”, onde uma atriz representando uma pessoa do sexo feminino com idade avança e rica, se passa a ter um amor “platônico” com uma boizinho, metido a bonito e pobre, “sem eira e sem beira”, onde ela confunde sua carência com amor, quando financia-o totalmente, pagando suas despesas gerais, mantendo-o em um curso de medicina em faculdade particular, onde o mesmo se formar médico e tem vergonha de apresentar sua madrinha e namorada aos seus colegas. E esse tipo de golpe ainda é atualmente muito usado em todas as sociedades. É a cultura do sexo comprado e vendido, via o modelo ou cultura do balcão financeiro para o bem e par ao mal. É por analogia parecido com o sistema adotado por certas pessoas de vender o voto em período pré-eleitoral, via programas sociais distribuídos pelos governos, deixa de pensar no seu futuro e no futuro de sua família. Aí o bicho pega, é a cultura da alienação moral, individual e coletiva do grupo assistido pelo assistencialismo. Toda esta prática é feita aos olhos da população que trabalha e paga impostos diretos e indiretos. É a cultura escolhida para enganar parte da população faminta e se manter no poder: federal, estadual e municipal. E são candidatos natos a isso, em termos gerais, as pessoas portadoras de pouca escolaridade e ou quase nenhuma. Da falta de escolaridade, vem os desempregados, os drogados, os criminosos em gerais, isso quando se trata de gente da classe pobre. É crime é a cultura da falta de compromisso com o povo que o elegeu para algum cargo eletivo nos três níveis de governos.

A cultura é vivenciada em cada localidade do mundo e segundo seus indivíduos em sentido amplo: na política, na religiosidade, na sexualidade, nos aspectos formais e informais de todas suas crenças e relações materiais, espirituais, inclusive no tocante a compleição do corpo e da alma, no emprego, no meio da rua, na escola, na família, etc. A grosso modo o termo cultural vem da Língua Latina, que serviu ao maior Império ou Reino terreno que se tem conhecimento em todos os tempos, o mesmo desapareceu em termos de gestão física/territorial e administrativa, porém, seus valores axiológicos foram transmitidos e transferidos para quase todas as civilizações que o povo do século XXI que habita a terra tem conhecimento. Tanto é assim que em sentido objetivo, a cultura significa todo o conjunto de criações pelas quais o ser, enquanto espírito humano marcou e continua marcando sua presença na História em todos os tempos das civilizações que delas tivemos ou temos conhecimentos. O belo faz parte disso em todos os sentidos, uma vez o ser humano se apresenta com o corpo "magro", outro tempo e ou lugar se apresenta com o corpo "gordo" e ou "buchudo", como nós brasileiros e nordestinos assim falamos.. A barriga de "tanquinho¹", por exemplo, relacionado ao tipo de homem em uma tribo africana, "onde quanto maior é a barriga, mais valorizado é o homem". É uma realidade semelhante a cultura da "vaca", animal sagrada na India, etc. A cultura tem subjetividades e objetividades e o homem sempre foi e continua sendo livre para pensar e moldar seu corpo como bem entender. Ainda bem que o corpo "bonito" e ou "feio" é uma opção e ou orientação grupal para que o mesmo seja valorizado em sua tribo. Existe aí um relativismo cultural de que ser ou não em qualquer sentido é ser preferido e amado pelas mulheres, na realidade Africana. Aí o homem sabendo disso o seu poder de sedução sobe para a cabeça... Na cultura brasileira ser homem “gordo” é questão de saúde pública.

É evidente que a nossa mãe África, segundo pesquisas de que foi lá que teve inicio a humanidade, nossa primeira Eva e o nosso primeiro Adão, apareceram na Terra, justamente no Continente Africano. E o Brasil foi um grande importador de escravos vindos da África entre 1500 a 1850, em grande escala, a nossa historiografia registra tal atividade comercial em termos de exploração do homem pelo homem, que naquela época não era tido como ser humano e sim como objeto comercial, como por exemplo, era comparado a uma animal, uma pedra bruta ou preciosa., vendido em feiras livres e no mercado negro para não pagar os impostos devidos por sua comercialização. Isso aconteceu muito no Brasil a sonegação fiscal dos comerciantes de escravos junto a Coroa Portuguesa durante o período do Brasil-Colônia e coito da escravidão negreira. Vejam que antítese e injustiça, os negros eram escravos, eram objetivos comerciais, porém, eram batizados a força e obrigados a seguir o catolicismo, o que justifica a existência de uma “conversão” apenas superficial, enquanto as religiões de matrizes africanas originárias continuaram a existirem e ainda permanecendo até o presente na cultural de nosso povo, através da prática secreta naqueles tempos e atualmente ainda presente via o que chamamos de sincretismo (batuque, xambá, umbanda, etc), bem como a pajelança ameríndia com o catolicismo romano. Olha aí um problema de aceitação cultural. E não é diferente com as demais religiões e ou religiosidades existentes no Brasil, o mesmo aconteceu também com a cultura e a religiosidade indígena brasileira e continua acontecendo. Primitivamente, sabemos de que o catolicismo era religião romana, universal e era praticada pela etnia branca, raça que se julgava superior as demais raças: negras, indígena, amarela, vermelha, etc.

Já pensou em uma religião só para brancos?!... outra só para negros ( candomblé e xangô no Nordeste do Brasil?!... e assim por diante. Pois, isso esteve presente na cultura brasileira e continua via o processo de aculturação destes povos ao longo de nossa historicidade nacionalista.

Por analogia, os tempos vivenciados pelos povos do mundo inteiro e de modo particular pelo povo brasileiro, momento propicio para a inclusão da história do povo indígena e do povo africano por indicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, tendo como exemplo, o artigo de Henrique Cunha Jr². Mesmo assim, isso os educadores da área de história e geografia necessitam de cultura suficiente para compreenderem a temática, caso contrário tal ensinamento da cultura indígena e negra, não passará mais do que um mero enfoque do sincretismo modernista, desde que venha negar os valores axiológicos, morais, éticos, religiosos, políticos, sexuais, etc destas duas raças, tão martirizadas no inicio da colonização do território que seria a maior nação católica do Planeta Terra. O próprio protestantismo brasileiro tem essa mesma visão, tendo em vista que tal seguimento enquanto religião e ou religiosidade, também tiveram origem espiritual e material na mesma Bíblia Sagrada e Dogmas da Igreja Católica em termos mundiais. Diante de tanta cultura em termos objetivos e subjetivos e tão pouca unicidade em termos gerais, se faz preciso ter cultura acadêmica para entender de que o outro: branco, negro, índio, etc, pode ser diferente em todos seus aspectos formais e informais, porém, todos pertencem à mesma matriz originária da tese da “Criacionista³”, defendia pelas religiões e seus adeptos e ou da tese “Evolucionista4”, dos cientistas Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) e Charles Robert Darwin (1809-1882), que dividem a curiosidade e o saber da humanidade sobre a origem geral do homem4, dos animais e de todas as coisas. E a pergunta continua sendo indagava entre todos os povos em pleno século XXI: de onde viemos (ao nascermos) e para onde vamos (quando morrermos)?... A Bíblia Sagrada menciona que depois que Deus criou o seu e a terra, sua terceira criação foi criar o homem5.

E além do mais, não importa apenas de que “cultus”, significa cultura, ação, modo, maneira e ou metodologia de se cultivar e ou fazer algo, seja na agricultura (a origem da palavra vem da daí desde a antiguidade), da maneira como alguém fala educadamente e ou não, ou até mesmo quando alguém fala que parece mais um papel de enrolar prego e ou uma pedra sem polimento. Isso é cultura individual de cada ser humano em si falando e exercendo determinadas gestões ou atividades profissionais pessoais e ou públicas. Deixar o poder subir para a cabeça pensando que é dono do “poder” temporário e do mundo (poder alheio dos outros indivíduos) também. Não confundir cultura humana com cultura de plantar batata, cana, criar bode, vaca, boi, abacaxi, inflacionar preços públicos para tirar vantagens pessoais e aumentar as finanças pessoais via o erário da “rés” pública, etc. Até o cão chupando manga tem cultura e isso é cultura. Não fazer nada, cometer crimes, estudar e deixar de estudar, isso também é cultura. Toda a ação direta e ou indireta dos indivíduos de qualquer raça humana é cultura, seja letrado e ou iletrado tal individuo, ter ou não religiosidade e que de qualquer tipo de orientação política e ou religiosidade. O poder pode subir a cabeça em qualquer sentido, depende da cultura de valoração em qualquer sentido, sexual, político, religioso, etnia, profissional, familiar, etc., tem gente que gosta de mulher “gorda”, tem gente que gosta de homem “gordo”, tem gente que gosta de mulher ou homem “magro”, e assim por diante. De modo que podemos enfatizar de o termo “O poder subiu a cabeça”, significa que “são aquelas pessoas que por causa de um cargo melhor, do dinheiro ou de uma posição considerada nobre na sociedade, mudam de comportamento e incorporam atitudes que vão desde a arrogância, o abuso de autoridade à imposição de uma supremacia ilusória, como se fossem mais inteligentes e melhores que os demais. Infelizmente, o mundo está cheio de pessoas assim. Há muita gente que faz mau uso do poder e que não pensa duas vezes em intimidar, mandar e desmandar (até gritar) para se impor. Incluem-se nesta lista políticos, chefes, ocupantes de altos cargos em empresas, ou mesmo pessoas simples, mas cujo trabalho as faz desenvolver a “síndrome do pequeno poder”. No fundo, o que o poderoso ignora é que possui uma profunda fragilidade e por isso recorre ao seu posto para fazer ser ouvido (e obedecido)”, conforme enfatiza Fabiano Ferreira, no artigo denominado “Quando o poder sobe à cabeça”6. E a cultura de que o “Poder subiu à cabeça”, não fica só por aí não, vejam o caso de ontem onde bandidos armados invadem o Forum Judiciário em Bangu7 e deixam dois mortos. É uma realidade o poder muda a pessoa na visão do Psicanalista Raymundo de Lima8. É a cultura do “síndrome do pequeno poder” também usada em sentidos múltiplos e desafiando as autoridades nacionais e a população vendo navio, pois, quem não pode muito, pode pouco, enquanto o povo pode tudo na hora de votar e opta por votar em troca de favor pessoal, votar branco, votar nulo e abster-se não comparecendo para votar e tudo isso é cultura e suas facetas, ex-vi R. Kurz, ao mencionar que “o poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas”, entenda-se aqui o poder em sentido lato sensu, com por exemplo, os programas de rádio e televisão e outros canais de comunicação, onde os governos: federal, estadual e municipal, pagam a terceiros para fazerem ligações telefônicas e via as redes sociais para defenderem seus interesses e fazerem acusações aos seus concorrentes, seja da situação e ou da ocupação, tudo porque o exercício do poder: corrompe, seduz, sobe para à cabeça, decepciona, além de fazer ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários sobre o manto sagrado do juramento feito na posse da fazer cumprir as leis e o bem comum da população em geral.

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¹https://www.facebook.com/photo.php?fbid=652337991472550&set=a.123958997643788.9532.115230991849922&type=1&theater

² http://www.mulheresnegras.org/cunha_01.html

³ http://pt.wikipedia.org/wiki/Criacionismo

4 http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o

5http://historiageralcomgd.blogspot.com.br/2009/07/teorias-evolucionistas-e-criacionistas.html

6http://www.diarioweb.com.br/noticias/corpo_noticia.asp?idCategoria=4&idNoticia=83395

7http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/11/bandidos-armados-tentam-invadir-forum-no-rio-acao-deixou-2-mortos.html

8http://www.espacoacademico.com.br/008/08ray.htm

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 02/11/2013
Código do texto: T4553362
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