A BOLA

A B O L A

Nesta época do ano, junho de 2006, praticamente em todos os cantos do mundo o pensamento humano se volta para a Bola; segundo o dicionário Michaelis registra; sf – 1–Esfera. 2 –Objeto arredondado ou esférico. 3- Objeto esférico ou ovóide, inflado com ar comprimido, para várias modalidades de esportes.4 – Dar bolas (dar confiança) Pisar na bola (cometer erros). Trocar as bolas (enganar-se), e ela é alvo de apaixonadas e empolgadas disputas esportivas envolvendo 30 nações dos cinco continentes e 786 dos seus mais destacados jogadores, previamente selecionados, sob os olhares ao vivo e do milagre da TV, de calculadamente 3 bilhões de inflamados aficionados e 2 bilhões de simpatizantes e torcedores por brio pátrio, numa competição que recebe o nome de Copa Mundial, despertou-me para seu valor intrínseco.

Na linguagem popular a Bola é batizada como apelidos carinhosos como redonda, pelota, carequinha, etc. É um objeto simples e humilde pois só se valoriza se for arremessada com violência contra algum alvo. O atleta que consegue se destacar no seu manejo ou domínio, chutando-a ou manobrando-a com pés, mãos e cabeça, ela o fará ficar milionário numa das profissões mais efêmeras que existe por assim dizer, e contraditória porque se encerra em pleno apogeu da idade. É curioso: Sob sua origem simples, se esconda uma relevância de entretenimento de destino vitorioso, sobretudo nobre, para alguns dos seus jogadores das camadas mais humildes do povo, como se fora uma designação divina para premiá-los.

Eu estava deitado na rede com a cabeça sobre o Travesseiro, assistindo as estréia do Brasil na Copa, outro objeto de grande valor para nosso bem estar físico e psicológico, sobre o qual escrevi um ensaio, quando me veio à mente a importância da Bola no comportamento social e econômico da população em geral.

Preocupado com o sucesso da Canarinha porque o Fenômeno não estava dando bolas para bola e o Ronaldinho Gaúcho e companheiros estavam enrolados com a bola, dependendo de jogadas de Kaká, Cafu e Dida (o cacófato é intencional) e sem ninguém com quem pudesse trocar bolas, me surgiu a idéia de bolar uma crônica sobre a Bola, objeto comum e aparentemente sem valor econômico, porém com o poder de rolar imensas fortunas e com orçamento maior do que numerosas nações juntas, cujas Copas Mundiais de campeonatos só podem ser patrocinadas por países ricos pelo imenso dispêndio e de capital investido.

Não é tarefa fácil discorrer sobre algo sem visível destaque, contudo, espero chamar a atenção para etnólogos e sociólogos para proceder estudos sobre as pequenas e humildes coisas porque assim estarão induzindo às pessoas para o valor da humildade pregada pelo Filho de Deus. Possivelmente Deus ao criar a nossa galáxia com astros em estilo esferóide ou arredondado e girando em alta velocidade sobre si, presumiu que o modelo iria despertar no ser homem a idéia de inventar um objeto semelhante para seu divertimento, criando assim uma modalidade de esportes capazes de aglutinar, democraticamente, todos os tipos da raça humana numa competição sã, num propósito de dar-lhe uma lição de civilidade, amainando seu natural ego de egoísmo conflitante, razão da inspiração do epíteto espírito esportivo, que no fundo, significa confraternização.

É preciso salientar também a origem da vida numa célula ovóide. Ovulação significa produção de ovo vital (massa esferóide) e tem seu núcleo na célula sexual feminina gerada no ovário, cuja fecundação se dá pela penetração do espermatozóide masculino e de feitio esferóide que lembra uma bola. Até a expressão popular jogo do amor e na paquera; fulano me deu bola; sicrano está jogando bola para minha rede, lembra o objeto. Creio que desde dos primórdios da humanidade ela de alguma maneira servia-se de objetos, como pedras e seixos, se assemelhando a bolas para espantar os animais ou derrubar frutos de árvores. Quem sabe se nas horas ociosas não se divertiam jogando com seixos, como hoje fazem os meninos com bolinhas de gude?

A bola exerce um fascínio tão grande sobre as pessoas que o primeiro presente que um pai dá ao filho é indiscutivelmente uma bola, embora, às vezes, ele não dê bolas para a bola. Mal sabe ele que os patrocinadores da Copa pagam verdadeiras fortunas para estampar sua marca de grife sobre ela. Além de faze-lo em pesquisas com materiais para melhor enquadrá-la nas especificações exigidas pela FIFA. Quantas vezes o pai pisa na bola para dar uma bola ao filho? E outras tantas que o pai não dá bolas para o filho lhe pedindo uma bola? Igualmente fica pisando, literalmente, em bolas para se safar de situações complicadas? Também não dando bolas quando a mulher lhe pede dinheiro. É bom ressaltar que o homem de índole vil sempre desvirtua as boas coisas para o mal. Sabendo que o inocente cão gosta de brincar com bola, a envenena para se livrar dele; alguns dizem: matar a bola com o pé ou matar no peito; outros caracterizam a bola como instrumento de corrupção, oferecendo bolas para probos compradores de órgãos públicos e privados. Neste meu amado país acontecem coisas incríveis: Dois Ministros de Estado sem dá bolas para os cargos e a lei, invadiram a privacidade de um caseiro para saber se ele estava comendo bolas. Cometeram penalidade máxima. O humilde e zeloso trabalhador não estava jogando bola e mantinha o olho vivo nos importantes visitantes que iam treinar as bolas na casa suspeita. A CPI que estava atenta aos jogos de bolas, descobriu que eles não estavam dando bolas para ela. Neste meu amado país do carnaval e futebol nasceu realmente, um povo gaiato e esperto. Vejamos: Juizes togados maculando o nome bola ao comer bolas; juizes de futebol responsáveis pela correção do jogo de bola, foram pegos comendo bolas; pastores de igrejas, idem; fiscais do IR e INSS, comendo bolas para diminuir o valor de infrações; A novidade agora é o jogo político com mensalão de bolas. Nem o inimputável e apaixonado pela bola, Lula (Inocente) da Silva dá bolas para a oposição acusando seu governo de comedor de bolas. A Primeira Dama do Sampa já demonstrou que é boa goleira de grife. O MST e outros não dão bolas para as autoridades; o banditismo, idem e ainda dão bolas para algumas autoridades. Entrementes, se é um profissional goleiro de Clube, é primordial seja pegador de bola, condição que o fará famoso e rico de boladas de dólares ou mesmo de reais, sem lhe ferir a honra desde que o colarinho branco que administre suas boladas auferidas com a bola não dê bolas para o fisco. Mesmo que o goleiro seja o único jogador do esporte bretão autorizado a pegar bola com as mãos, lhe é imputado crime se ele pegar bolas para ela passar no gol.

Além de ser um objeto de inúmeras práticas esportivas ela dá ensejo para expressões grosseiras como; bolada de dinheiro; interjeição de irritação; ora bolas! Bolas, vai para a p....que ti p....!; quando não acerta o gol, raivoso, o jogador exclama: porra de bola! O que não deixa de ser uma infâmia; a bola não erra, quem erra é o jogador e um bicão na bola numa jogada decisiva de campeonato, como já ocorreu com o Brasil e Itália, leva o craque ao ostracismo. Como eu frisei no início, o currículo de atleta da bola é efêmero porque está sujeito a muitos fatores. É lamentável que o nosso Ronaldo (Fenômeno) esteja passando por transtorno de saúde e psicológico, levando-o a não dar bola para a bola. Mas logo ele se recuperará e voltará a dar bolas para a redonda para a glória e alegria do sofrido Zé povinho brasileiro.

Da mesma maneira que a bola consegue endeusar um atleta através da mídia pelos gols que realiza, pode também levá-lo ao ostracismo ou à decaída de produtividade repentina. Uma simples citação negativa de um comentarista ou a opinião de Galvão Bueno dono da bola da Rede Globo, pode produzir danos na carreira de um futebolista. A prática de esportes com Bola têm característica incoerente por sua efemeridade. A profissão, por mais gloriosa que tenha sido, se encerra na meia idade do praticante. Então, nessa altura, ele é obrigado a procurar uma outra profissão para trabalhar. Mesmo assim, entra no período do ex.

Já vi muitos jogadores beijarem a bola, a acariciarem, até o Ronaldinho Gaúcho: Quando vai bater uma penalidade máxima fica rezando intimamente e olhos fixo nela, como a hipnotizá-la, para o chute a atingir de um jeito que o goleiro não a pegue. Se isso acontecer, o ingrato batedor não mais dá bolas para ela e sai correndo para comemorar seu feito. Um único gol em partida decisiva ou um espetacular dible de banho de cuia com bola, pode glorificar seu autor e o preço do seu passe se valorizar às alturas, como aconteceu com Ronaldinho Gaúcho, Robinho, Kaká, hoje príncipes da bola. O Brasil não é um reinado, contudo, temos o Rei Mundial do Futebol, o Pelé, único no mundo dos esportes, indiscutivelmente uma majestade como futebolista e pessoa. Temos também o rei Momo que deve ser gordo como uma bola. A bola serve para identificação para muitos objetivos; Bola de Ouro, Zé da Bola, Bar do Bola, etc. Alguns jogadores já foram premiados com Chuteira de Ouro e milhares colecionam camisas dos seus jogadores favoritos. Desconheço se há colecionador de bolas da Copa, exceção da FIFA que mantém o Museu do Futebol. Como ela é sempre usada para elevar o vaidoso ego dos seus jogadores, passo a crer que até hoje ela não mereceu nenhum monumento perene. Só recebe muitos autógrafos que o tempo dilui.

Eu julgava que a praia era o entretenimento mais democrático do povo, mas bolando o assunto, cheguei à conclusão ser a bola. As praias são ideais para se bater uma bolinha em qualquer tipo de esporte, da criança ao adulto, semi-vestidos. Nem a roupa poderá distinguir o rico do pobre porque a bola os humaniza. Mas a praia oferece risco de morte por afogamento e tubarões, que não bolas para os banhistas. Ela produz congraçamento entre os povos, seja na derrota ou vitória. Concluída as disputas, os atletas se abraçam amigavelmente, trocam de camisas mas sequer dão bolas para a bola e adversários. Tornar-se um craque no domínio da bola, um Ronaldinho Gaúcho ou um az de qualquer outro esporte com bola, poderá levar um humilde jovem favelado ao pináculo da glória e da fortuna, e às vezes, à conquista do amor de uma loura ou uma bela e magérrima manequim, porém não é objetivo fácil, conquanto seja o sonho de milhões de garotos apoiados por seus respectivos ascendentes. Já o esporte de comedor de bolas tem levado muita gente para o xilindró, enquanto exímios (ou espertos) causídicos de bolas não lhe consegue um habeus-corpus. Há até um financista carequinha, sem qualquer alusão a nobre bola, que não dá bolas para as CPIs e é um expert em dar bolas. Há outros esportes com bola para ascensão das elites como o tênis, golfe e pólo e inúmeros praticados pela classe média. O basquete nos USA movimentam fortunas e seus jogadores são verdadeiros deuses. Os exímios jogadores de bola, de ambos os sexos, são verdadeiros astros e estrelas. Um detalhe curioso para os jovens: O jogo de bilhar (de bolas) era, há meio século, considerado esporte de marginais.

É de se exaltar com ênfase para a benemerência do trabalho assistencial, junto ás crianças de comunidades carentes, promovido por todos os grandes astros do futebol, antes humildes criaturas no ambiente social que conquistaram a glória, tais como Cafu, Ronaldo, o rei Pelé, os príncipes Ronaldinho Gaúcho e Rinaldo. (peço perdão por não mencionar outros.É mesmo falha de memória de quem tem 80 anos) Ressaltar a elevação social de suas famílias bem como a geração de milhares e milhares de emprego que indiretamente eles provocam por saberem dominar a pelota. Lamento não ter conhecimento dos serviços assistenciais dos atletas da elite.

A prática esportiva dessas carismáticas criaturas, às vezes, por falta de preparo, se mostra como faca de dois gumes, ou apogeu e perigeu. Vide caso do inolvidável Mané Garrincha.

A bola que originou todas as modalidades esportivas começou sendo fabricada artesanalmente e de todos os tamanhos. O garoto pobre há alguns anos, a fabricava de uma meia de pé, cheia de algodão, pano ou papel. Os mais aquinhoados da fortuna as adquirem de borracha ou couro. Onde houver um espaço de terreno vago, se improvisa uma pelada. O modelo oficial de bola de couro com gomos pretos e brancos para partidas da Copa Mundial só em 1970 se tornaram obrigatório. O chamado foot-ball association surgiu na Inglaterra no século XIX e logo se expandiu mundialmente pelo ocidente. No século XX, seja do ocidente ou oriente, norte ou sul, leste ou oeste, a bola de futebol é o centro de maior diversão popular e se expandiu para outras modalidades, praticadas com o uso de pés, mão e cabeça, como basquete e o vôlei, tornando-se assim um esporte e exercício físico prático e sadio para ambos os sexos. Mesmo na grande nação americana onde a pratica do foot-ball association não é a principal, a bola ovóide é usada no base-ball. Provoca, por outro lado, imensas alegrias e orgulho às mães dos craques da bola e a admiração dos fãs. Como a natureza de uma maneira geral foi gerada por duplicidade, ela também, se não for bem jogada por seus craques, poderá causar frustração, decepção e tristeza, até ao povo de uma nação. Presumo que a bola seja uma deusa fugida do Olimpo, berço dos jogos gregos. Ela é amada por gregos e troianos, independente de idade ou sexo e está em toda parte e é respeitada no seu poder onipresente. Em quaisquer espaços se improvisa uma pelada ou se joga até com bola de papel. Ser um astro da bola é preferível a tirar na Megasena. Milionário da bola é admirado e exaltado até pelos bandidos. O sortudo da Megasena tem que se esconder para não ser seqüestrado e se não dá bolas para os milhares de parentes e amigos que surgem passa a ser odiado, mesmo que faça o bem sem olhar a quem. Ouso até presumir que a maior invenção do homem para o seu desenvolvimento, a roda, tenha sua origem da bola ou vice-versa, ao dá a idéia de que uma esfera no formato achatado poderia movimentar os objetos com facilidade e em velocidade. São alguns pontos da importância intrínseca da bola com o sue poder de empolgar multidões, daí o jargão, paixão mundial. De antemão, previno aos meus 10 leitores; se os craques da seleção Canarinha não derem bolas para a Bola, não a culpe. Ela é obra de Deus para fraternizar os homens e não erra. Continuem amando a divinamente e maravilhosa bola. Ela humaniza crianças e adultos.

Eis minha modesta homenagem a essa coisa simples, chamada Bola que, como Deusa do Olimpo não erra e tem a capacidade de congregar todas as raças e etnias num só e sadio alvo competitivo, e que bem serviria para dirimir dúvidas de divergências políticas entre nações em campeonatos pela paz e progresso dos povos.

A ONU deveria determinar agora, num estádio do Irã, um prélio esportivo envolvendo Bush, Saddan, Fidel Castro, Hugo Chaves, Ayatolás, Coréa, Palestina e Israel resolver suas querências num torneio de bola, tendo como Juíza a senadora Heloisa Helena, juizes de linha os Presidentes da França e Alemanha, bandeirinhas os líderes do PDSB/PFL que não deram bolas para as provas contra o governo LULA, agindo esportivamente, porque não é toda hora que se faz gol e o povo continua lhe dando bolas para a reeleição. A voz do povo diz que o sujo não pode falar do mal lavado. Li no dicionário: LULA –s.f. zool. – Molusco marinho da família dos Loligideos, de corpo alongado, provido de nadadeiras triangulares e dez braços com ventosas, também chamado de siba.

.Para bom entendedor, meia palavra basta”

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 21/04/2007
Código do texto: T458274