ZAQUEU O PUBLICANO ARREPENDIDO

ZAQUEU O PUBLICANO ARREPENDIDO

“Alegre sempre os corações nas brincadeiras divinas, mostrando nas emoções que a amizade não é sovina. Apure o teu desejo de que estás a oferecer, Jesus é o bem do meio, que garante o teu viver”. (Anastácio - psicografia de Rubens Sílvio Germinhasi).

Com a voracidade, poderio e força, o Império Romano dominava todo o orbe na época de Jesus. Não relutava em extravasar suas estratégias e planejava com determinadas nuanças, aspectos beligerantes para amedrontar através do poder e da determinação. Mantinha a toda prova seu arsenal de guerra, com paradigmas de uma tropa com soldados munidos, treinados e bem pagos. Talvez fosse essa a maior estratégia dos romanos! Pagar bem seus soldados e escolher pessoas conhecidas do povo para exercerem funções não muito agradáveis. O escolhido tinha que conhecer toda a população de determinada cidade. Aquela pessoa escolhida tinha uma missão assaz inglória, ficaria responsável pela cobrança de impostos, mas tinha lá suas vantagens, recebia determinada quantia independente do apurado com a cobrança dos impostos. Vejam que naquela época já se planejava a reforma tributária. Além dos publicanos, os fariseus também eram cobradores de impostos do templo, representantes de César, o imperador romano, despertavam discriminações gerais e desprezo.

Os referidos cobradores de impostos eram chamados de publicanos, odiados pelo seu povo, eram considerados traidores, pois trabalhavam para o inimigo. Considerados corruptos, ajudavam a manter o governo inimigo e opressor, e essa prática era considerada roubo, visto que obrigavam o povo a pagar a despeito das ameaças para os que estrebuchassem, pois o pagamento não era justo e o cobrando ia além do que era devido. Com o consentimento do Império Romano que sabia da injustiça, mas não ligava e em conseqüência os publicanos eram odiados pelo povo. Quinze dias antes da cruz, Jesus estava para Jerusalém e passou por Jericó. (Lucas 19:1) fala assim: “E, no jornadear, já ao entardecer de Seu ministério, Jesus chegou a Jericó”. “Em Jericó havia muitos fiscais, pois ali havia um posto de fiscalização de impostos. Era um grande centro comercial, por isso havia muitos funcionários públicos, soldados romanos e estrangeiros de diferentes partes. Por ter esse posto de fiscalização de impostos e muitos fiscais, havia também uma confederação de fiscais criada para prejudicar o povo e para proteger os que se uniam para praticar fraudes”.

Obviamente, o publicano Zaqueu não era pessoa estranha na história e muito conhecido pelos dramas dos homens da época. Sempre esteve comprometido com a lei divina e com a legislação humana, encontrava-se na encruzilhada da vida. Para acrescentar mais detalhe sobre a vida de Zaqueu apomos uma passagem do Evangelho de Lucas. “Eis que um homem, chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico, procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura”. Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro (árvore bem alta e de grande porte) a fim de vê-lo, porque por ali havia de passar. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria. Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador. Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor resolve dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão.

“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. Por diversos motivos queria mudar, mas precisava de uma força externa para conseguir seu intento, foi por isso que se esforçou ao extremo para falar com o Raboni. Com o seu encontro com o Mestre o corrupto Zaqueu se transformou por completo, era um raiar de um dia novo para ele. O Mestre fez brilhar a sua estrela no destino e na vida de zaqueu. Jesus tinha vindo para ver os enfermos, mas diante do desespero de zaqueu para vê-lo, o atendeu. Jesus sempre foi amor ágape, isto é caridoso. As coisas espirituais estão sobejamente acima das humanas. O pior de tudo é que Zaqueu havia nascido num lar judeu! Ele havia estudado a Palavra de Deus! Ele conhecia os bons princípios, ele havia freqüentado a sinagoga! Só que Zaqueu foi uma daquelas pessoas que esteve dentro da igreja, mas não conheceu de perto o Deus da igreja! Assim, sem alicerce, na primeira oportunidade, se afastou de Deus! Casado e pai de seis filhos, tinha a fama de homem rude e de índole difícil. Zaqueu quando vi o Mestre se transformou opor completo, de um instante toda sua vida parece ter tido uma reviravolta e o Rabi sabia disso. Zaqueu renasceu com a glória de ter sido renovado por Jesus. “Um dia, uma multidão com fome, insegura e aflita procura o representante de Jesus. Cansado estafado esse homem não reunia forças para atender os convidados de Jesus”.

“Dezenove séculos se passaram, zaqueu renasceu, reencarnou refletindo em seus próprios olhos o olhar de Jesus”. Olhos doces, pequeninos e da cor de mel, com uma nova roupagem física, pergunta a uma senhora o que a angustia. Logo vem a resposta: Doutor, eu não tenho sequer um centavo para minha alimentação e de meus filhos, não irei comprar o remédio para meu filho doente, por essa condição. Sou paupérrima! Um momento de meditação. Os olhos do médico relembram o vil sofrimento dos séculos e no écran de sua memória, relembra o que prometera ao Rabi, a devolução da extorção e a doação completa àqueles a quem prejudicara. Cansado pelo peso da idade, toca as próprias mãos, e ver o único bem que lhe restara, o anel de médico. Retira de pronto do dedo e entrega a mulher, dizendo que avaliasse e vendê-se para saciar a fome e comprar o remédio da criança que lê pegara desfalecida. A mulher reconhece naquela pessoa um dom divino, o reflexo dos olhos de Jesus, agradecendo comovida: “Obrigada, Dr. Bezerra de Menezes Cavalcanti, muito obrigada.” Não me agradeça senhora, estou apenas lhe devolvendo aquilo que lhe tirei indevidamente. Dr. Bezerra de Menezes era a reencarnação do arrependido Zaqueu. Jesus transformou uma pedra sem valor, numa jóia rara e luminosa, irradiando a luz do astro rei. Algumas conotações tiveram como base as narrativas de grande beleza do grande confrade Robson Pinheiro, que fala de Jesus com seu olhar inesquecível, do maior educador que a humanidade já pôde conhecer. Obrigado irmão!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 26/04/2007
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