O que será que Lua quer nos dizer?



Ontem a noite senti-me terrivelmente cansada e fui deitar-me bem cedo, por volta das vinte e duas. Como sempre vou para a cama com um livro na mão e leio até os olhos fecharem e o livro cair para um dos lados.

Como conseqüência de dormir mais cedo acordei mais cedo, cinco e meia da manhã. O dia estava clareando já. Como é minha rotina, ao acordar vou para a janela e puxo a cortina, olho a rua, espio, escuto... Pouca sombra nas casas e as luzes das luminárias da rua quase não faziam mais efeito.

Mas, algo no céu chamou minha atenção. A LUA! Como estava linda! Recusava-se a nos deixar. A me deixar. Parecia que ela me fitava Olhava minha janela com seu grande olho prateado querendo entrar casa a dentro mas, receosa de não ser bem recebida. Ficou ali, e eu aqui, a admirá-la.

Queria falar tanta coisa mas não conseguia nem pensar. A visão dela ali esplendorosa, magnífica, cheia, inteira...Que beleza! Foi o presente de Deus para o meu dia de hoje, o meu tempo presente abençoado por essa presença.

Fico imaginando...Será que ela queria dizer alguma coisa? Se queria, o que poderia ser? Talvez um conselho por eu estar fazendo alguma coisa equivocadamente. Talvez apenas admirar a Terra como eu a estava admirando. Não sei. Talvez não quisesse ver adultos acordados, de olhos vermelhos de dormir, cabelos despenteados, abrindo a boca, querendo ficar na cama, recusando-se a acordar, higiene por fazer...

Talvez estivesse a procura de um ser mais inocente, mais puro: uma criança. Mesmo àquela hora, a Lua ainda podia vasculhar as casas, mandando seus raios
amorosos iluminar os rostos das crianças através de janelas entreabertas, ou abertas completamente como as minhas.

Talvez a Lua com seu brilho de rainha da noite quisesse nos dizer que estava de plantão, que não precisávamos temer nada que pois, ela esteve e estará de vigília a noite toda para nos defender dos perigos visíveis e invisíveis.

Talvez eu me sentisse melhor se pudesse segurá-la em minhas mãos já envelhecidas e rugosas. Não. Poderia enrugá-la também e ele perderia o seu brilho.

Está bem assim. Vendo-a de longe, posso pegá-la em meu pensamento, abraçá-la, apertá-la contra meu peito e dizer em seu ouvido:
_ Obrigada, Lua querida, por vir visitar-nos, por iluminar por algumas horas essa escuridão que é a noite. Obrigada, Pois em alguns lugares ainda você ilumina a estrada para quem precisa usar a noite para o trabalho, ou para médico, ou por que não tem onde dormir.
Ah! Mas daí eu fico com ciúme... Dormir assim com essa lua no rosto, deve ser maravilhoso. Não tem problema: eu resolvo a situação. Deixo a janela aberta e sempre que quiser venha nos visitar, beijar meu esposo ( você eu deixo), beijar meus filhos, meu neto. Iluminar com sua claridade o caminho do meu filho que sai de manhã ( antes do galo cantar ) para trabalhar.
Que trabalhão, hem, Lua! Mas é que é impossível te ver e não agradecer e ao mesmo tempo pedir. Pedir que não falte, que brilhe sempre. Que seja sempre o nosso presente de Deus toas as manhãs.