Férias

Como a grande maioria já sabe, as escolas estão por entrar em férias e outras já até entraram, muito bem. Não é pelo fato de o aluno ter entrado em férias que ele encerra a jornada acadêmica dele por ali e nunca mais o pai, a mãe vão lhe dar o que fazer até que as aulas voltem. Negativo. Primeiramente, afazeres domésticos; segundo, reestudar aquilo que já viu e só depois, se sobrar tempo, pensar na diversão. Ou isso, ou a nação vai regredir “ad eternum”.

A partir do momento que os professores disserem os nomes daqueles alunos engajados, que se esfalfaram o semestre todo para conseguirem a tão almejada férias escolar, deve-se felicitá-lo, o filho, a filha, por tal feito, mas deixar claro que os serviços de casa não entram em férias, todos os dias arrumar a cama, limpar o banheiro, lavar a louça e tantas outras coisas mais. A mãe que assim o faz, está educando seu filho para o bem. Nada de querer ficar com dó e deixá-lo dormir até meio-dia, nada disso. O horário de levantar será às sete, no máximo, às oito e começar os afazeres domésticos. Mas isso, é claro, para os que conseguiram livremente a obtenção da nota e, por consequência, a aprovação. Agora, o néscio, o apedeuta, o preguiçoso que brincou o semestre todo, não conseguiu tirar boas ou razoáveis notas para a aprovação, a esse deve ser caída uma severíssima admoestação, ditames severos e muita cobrança. Se o aluno não for clinicamente comprovado que é incapaz de estudar e absorver o conteúdo dado em sala de aula, não há justificativa que o abone de não tirar notas boas ou ficar em recuperação, pois os professores são os mesmos do que os dos demais colegas, a escola é a mesma e as disciplinas também, então não estudam por vagabundagem, tudo vagabundo protegido pela odiosa psicologia do amor.

Se os docentes disserem que o aluno está em recuperação, ele tem de ficar em recuperação e refazer tudo aquilo que perdera. Não adianta a mãe ir à escola e cantar de galo, que cantasse de galo dentro da casa dela com as panelas dela e criação dela. Que fique claro que dentro da sala de aula manda o professor e ele nada tem a ver com a falta de consideração com o estudo de seus filhos. O semestre todo ele ficou a xingar, a usar o celular e a ordinária da mãe nunca foi a reclamar por isso e ajudar o professor. Ah, mas quando veem uma nota baixa elas vêm tentar derrubar o professor com as vísceras em chama. Pode isso? É claro que não, sabemos que não. No entanto, o que mais temos por aí são pais que agridem verbal e fisicamente o pobre do professor. Só que no futuro, quando o filho não der mais para nada, quero ver a quem a mãe vai agredir. Agredirá a delegada? A namorada? Os netos? Pobres coitadas! Merecem os filhos que elas têm. Se não é dada a devida educação no momento e na hora certa, merecem mesmo os filhos que têm.

E para encerrar, serão quase trinta dias em férias, cada pai tem o papel de todos os professores de seus filhos. Fazê-los estudar, fazê-los respeitar horários, fazê-los, enfim, cidadãos do bem. Agora não, os vadios -e agora eu me refiro aos pais- deixam à solta os filhos, depois, quando retornarem às aulas, voltam muito piores do que saíram, pobres crianças desassistidas existencialmente. Se a sociedade está como está a culpa é desses que se dizem pais, dizem-se mães. Estão preconizando a vida das crianças e isso está visível a cada dia mais. Que fique claro, nessas férias, que crianças não têm vontades, crianças cingem-se às vontades do pai e da mãe, desde que realmente sejam pais e mães.

Rafael Vieira

Professor Rafael Vieira
Enviado por Professor Rafael Vieira em 26/06/2014
Código do texto: T4859726
Classificação de conteúdo: seguro