SOFRO DOR E HORROR

Não me julgo um escritor e como prova é a dedicação à literatura na aposentadoria e com elevada idade, numa fuga da ociosidade. Para reforçar esta concepção, a família a critica alegando sua prolixidade e de não sintetizar os assuntos. Por outro lado, a literatura poética não me enquadra porque jamais fui romântico.

Então optei por ser um poeta escritor como maneira de simplificação. Mesmo assim, meus versos tendem para o “gigantismo”. Criei então, uma nova denominação de poesia descritiva. Foge-me a vontade de editar e assim entrar no digno quadro de escritores, por julgar a profissão muito ingrata e de rara repercussão. Dói-me terrivelmente observar nas livrarias, expostos em “balaios” como saldo em liquidação, excelentes livros, tanto pela edição como pela qualidade dos escritores e poetas. É terrivelmente constrangedor aos autores que esporam seus sentimentos, retiraram dentro de si a força de sua energia limpa, ser sequer digna da prateleira de um “Sebo”. Já ousei entrar na gerência de uma para protestar, argumentando que seria mais mercantil se ela os entregassem num “Sebo” para receber bons augúrios de espíritos escritores já falecidos. Fui alvo de chacota, cuidasse da minha vida....

Como disse, para fugir da ociosidade depois de 52 anos de dedicados trabalhos e hoje aos 81, é-me impossível encontrar alguém que queira ocupar um “velho traquinas”, epíteto que “respeitosamente” se qualifica os idosos. Contudo, um meu neto arranjou uma namorada jornalista. Nos simpatizamos mutuamente. Ela adorando literatura e novamente ingressando na Universidade para estudar Ciências Humanas, me inscreveu no Recanto das Letras, alegando que escrevo muita “coisa” bonita e sadia e existe gente que adoraria ler. Permiti-lhe, há cerca de dois meses, colocar os três primeiros trabalhos. Repercutiram. Eis-me, portanto, ao dispor do beneplácito dos colegas, porém, solicitando-lhes os critiquem sinceramente por seus conteúdos, sem se preocuparem com a pureza da linguagem. Escritor e poeta não são gramáticos. “Cada macaco no seu galho.” O qualificado Recanto das Letras é uma excelente iniciativa e destina-se a amadores. Os Machados de Assis estão nos lugares nobres das livrarias.

Labutei muito por longa vida e seu futuro,

Sequer com previsão de sua efemeridade.

Só agora na avançada idade compreendo;

Deveria ter programado o futuro da morte

Porque é ela que dura uma eternidade.

Somos, portanto, falhos na ação mercantil,

Investindo, às vezes, contra todos e tudo,

Num produto assemelhado a uma roupa,

Quando nova, optada para exposição,

Quando velha, no lar, adorada para tudo.

Ouvi de um marido fujão e garanhão,

“Esposa é como roupa velha;

Somente é adorada no lar doce lar.”

Protestei contra seu ato de traição

À alguém que lhe dar amor e atenção..

Respondeu-me com indignação:

“Velho é como roupa velha,

Bom para a família, mas fora de ação”.

Com dó, respondi-lhe, com benção;

- A vida lhe devolverá a lição.

Eis porque encimei esta crônica com uma expressão tão dura. Grande parte de nossa sociedade vem optando para o Mal em detrimento do Bem. Apesar de séculos e séculos do aparecimento do homem e de sua formação social, e aquionhado pela intuição e semelhança divina, ainda age como se fora um feroz e instintivo quadrúpede. Tanto atraso espiritual não se coaduna com seu avanço tecnológico e material.

Isso dói profundamente na minha alma de idoso e sobretudo numa formação sempre voltada para o Bem e de respeito às criaturas em geral. Desculpe-me por externar meu desapreço aos quadros explorados pela mídia, principalmente a televisiva, verdadeiramente usada por seus exploradores mercantis como publicitaria dos males e conseqüente formadora de opinião. Não sou contra a imprensa. Pelo contrário, a acho indispensável como meio evolutivo social, contudo, deveria haver uma dose de ética, de moral, com filtragem das informações deturpadoras de mentes jovens. Hoje, a mídia televisiva é o ópio do povo. Ela tem desagregado as famílias com noticias e filmes incitantes da violência. Conhecemos a lei da física: AÇÃO gera REAÇÃO.

Considerando a mídia o mais poderoso poder de formação mental, estou convicto que ela poderia muito bem, produzir materias capazes de modificar o quadro de violência que está destruindo o nosso sentido de vida. Sou um idoso e vivo vivo, grato à Deus (claro, também aos meus pais) pela vida que me conceberam, contudo, ultimamente estou ficando acovardado, prisoneiro do lar e assistindo a permanente destruição de inocentes vidas servindo de prato razo para exploração sensacionalista da mídia. Só a midia, abandonando a exploração dos crimes contra a vida, poderá usando do seu onipotente poder de comunicação da mídia publicitaria poderia reverter esse quadro de violencia. Digamos como: Estampar na telinha, divindio-a ao meio: um lado mostrando a alegria do Bem e do outro a desgraça do mal, como por exemplo, presos de mãos estendidas nas grades das prisões e a perganta aos jovens: Qual o lado voce prefere?

Testemunhei um caso de influència da mídia. Gerenciava uma firma e quando chegava pela manhã, logo às 07,30h, antes do horario, os empregados estavam reunidos no fundo da loja para ouvir o noticiário policial. Um de 18a ofendeu uma moço e foi obrigado a casa. Resultado, matou o filho de 2 anos para se vingar da mulher que o abandonou.

Volto a pedir perdão pelo desabafo no título, porém o fiz porque sei que ele vai repercutir psicologicamente na preferência dos leitores.

É uma forma de um idoso fora de ação protestar.

EM TEMPO: Peço apoio para minha luta contra a mídia propagadora da violencia. É doloroso e constrangedor, no horario do do almoço não se poder ligar a Tv porque aparece aos nossos olhos, cadaveres, rastros e sangue, etc.etc. Já protestei junto as emissoras. Desejo que se juntam a mim os que pensam no bem. Protestem também. Grato

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Como é a psicologia humana. Ninguém se preocupa com o sofrimento alheio. Este titulo não chamou a atenção. Se continuar assim, vou alterá-lo para um mais condizente ao gosto. Desculpe o desabafo.

Ponha no comentario se gostou ou não. Duas palavras basta.

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 22/05/2007
Reeditado em 02/06/2007
Código do texto: T496324