Escrita e leitura

Se escrever é uma coisa instigante, ler não o pode ser menos. Afinal, mesmo diante das mais óbvias descrições - bem como das mais guardadas indiscrições - do escritor, tem o leitor a oportunidade de lhe escrutinizar o texto, apreciá-lo à sua maneira anonimamente como sói, e dar o seu veredito, mesmo se o mesmo dói. Ou simplesmente descartar, e passar pra outro.

Mas como aferir a leitura, senão a nossa própria, ou a de algum eventual leitor que resolva fazer o seu comentário eletrônicamente?

Se o escritor quer dar o que tem, quer se apresentar, se pavonear, se jactar, se exibir, ou só fingir nas suas artes e partes, ao leitor a carga é mais leve. Julga como lhe aprouver sem precisar ao menos de se identificar.

E se fica mais difícil aferir o que se lê e quem o faz, o placar do Recanto ao menos nos dá uma constatação: lê-se muito pouco. E pelo jeito não é culpa do site não, pois pelos registros de obras inseridas desde o funcionamento do site pode-se inferir que ja' houve maior interesse. Ou seria moda que passou, bananeira que já cacheou - ou a jaca chiou?

Leiamo-nos e nos enleiemos. Há muita coisa boa assim como coisatoa, que até merece alguma loa. E se uma coisa é a lei dura, a outra a leitura.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 31/10/2014
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