QUEM TRABALHA DEUS AJUDA

QUEM TRABALHA DEUS AJUDA

Por Aderson Machado.

Desde a alfabetização até o término do terceiro grau, transcorreram 17 anos e meio de estudos. Sem interrupção alguma. Comecei a estudar quando tinha 7 anos de idade, quer dizer, quase barbudo! Cheguei à escola já sabendo de algumas coisas, que aprendera no dia a dia, na escola da vida. De qualquer maneira, na escola tradicional comecei aprendendo o á-bê-cê mesmo, embora não demorasse muito a aprendê-lo. Assim, com pouco tempo de escola e lá estava eu escrevendo o meu nome e outras milongas. Da mesma forma, não demorei a aprender as quatro operações matemáticas: adição, subtração, multiplicação e divisão. Confesso, contudo, que essa última operação foi a mais complicada para por em prática, porquanto não era muito agradável para mim ter que dividir nada com ninguém. Era assaz possessivo quando garoto, mesmo não tendo um tostão no bolso! Mas deixa isso pra lá, porque não me convém remoer um assunto tão desagradável...

O lado bom da história é que a minha evolução nos estudos aumentava em proporção quase que exponencial! Isso para recuperar o tempo perdido com brincadeiras inúteis. O fato é que a minha segunda professora primária só tinha o curso primário! Destarte, quando cheguei à 5ª série – último ano desse curso -, já estava sabendo o que a professora aprendera! E a partir daí passamos a aprender juntos... aluno e professora!

Terminado o curso primário, fui me submeter ao exame de admissão ao curso ginasial – uma espécie de um minivestibular.

Pois bem, com a orientação de um mano que já fazia o 3º ano ginasial, estudei com afinco pra esse exame, obtendo êxito logo na primeira tentativa. Aí passamos a estudar no mesmo Colégio: o mano fazendo a 4ª série, e eu iniciando o ginásio. Estudávamos em um Colégio Agrícola Federal, onde o ensino era muito rigoroso. Como não tinha pendores para o ramo da agronomia, estudei nesse Colégio até o 1º ano do curso técnico. Depois fui estudar em João Pessoa, porque pretendia fazer o curso científico, para depois me submeter ao vestibular para o curso de Engenharia Civil. E mais uma vez, graças a Deus, fui bem-sucedido no 1º vestibular de verdade. Uma vez fazendo faculdade, submeti-me a um exame na Secretaria de Educação do Estado, com o fito de obter licença para ensinar Matemática na rede estadual de ensino. Passei sem problemas, porém optei por ensinar em um Colégio da rede particular, onde fiquei até o penúltimo ano de faculdade. Apenas no ano em que estava concluindo o meu curso de Engenharia, consegui um contrato no Estado, desta feita para ensinar a disciplina Física.

Por fim, devo salientar que quando cursava o último semestre do meu curso superior, abriram-se as inscrições de um concurso para engenheiros do então DNER. Na qualidade de concluinte, eu podia me inscrever para esse concurso. E foi o que efetivamente aconteceu. Só não tinha muita esperança em obter êxito nesse empreendimento, haja vista que iria concorrer com muitos engenheiros já formados e mais experientes do que eu, pelos menos na prática. Mas esse fato foi um motivo a mais para que eu estudasse com mais intensidade. Com efeito, tive que esquecer cinema, praia, futebol, bebidas, enfim, qualquer atividade que atrapalhasse os meus estudos. O que me complicava, todavia, era o fato de ter que estudar para as provas do meu curso de Engenharia, sem falar que ainda era professor, inclusive dando aulas no interior do Estado. Portanto, eu atuava em três frentes, vamos dizer assim. Mas como há o ditado que diz: “Quem trabalha Deus ajuda”, eis que consegui ser aprovado no concurso do DNER. E mais: fui o único de minha turma que passou!

Uma vez aprovado, fui admitido nesse egrégio Órgão no dia 17 de novembro de 1978, e na data de hoje estou completando exatamente 36 anos de serviço público.

Graças a Deus!

Floresta/PE, 17 de novembro de 2014.

Aderson Machado
Enviado por Aderson Machado em 17/11/2014
Reeditado em 06/01/2015
Código do texto: T5038393
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