UM BOM MENINO

Por Aderson Machado.

Por ocasião da malfadada Copa do Mundo de 2014, realizada em nosso território, foi veiculado um comercial no qual aparecia um Papai Noel fora de época – afinal estávamos em pleno mês de junho -. Pois bem, esse Papai Noel fora desdenhado, ou melhor, não levado a sério pelo seu interlocutor, que, por sua vez, fora tachado de não ser um bom menino pelo nosso Papai Noel fora de época, que, efetivamente, tinha um presente para dar a seu incrédulo interlocutor.

Fazendo-se uma reflexão acerca desse comercial, chegamos à conclusão de que, ao longo de nossas vidas, muitas vezes agimos como se fôssemos maus meninos. Com efeito, na medida em que não obedecemos aos nossos pais, não cumprimos com as nossas responsabilidades, não tratamos os outros como gostaríamos que eles nos tratassem, não somos caridosos, benevolentes, respeitosos e por aí vai... então, verdadeiramente, não somos bons meninos! É bom frisar que esses desvios de conduta que fazem com que não sejamos bons meninos, não devem ser levados ao pé da letra; valem para todas as idades, porquanto é na vida adulta que, via de regra, acontecem as maiores barbaridades por parte das pessoas, como a violência, a corrupção, o egoísmo, a prepotência, o desejo de vingança, a falsidade, a intolerância, a inveja, a cobiça, a traição, enfim, todo tipo de mazela que se possa imaginar. É por tudo isso que vivemos uma vida de sofrimento, não só físico, mas de ordem moral. Aliás, desde que o mundo é mundo – estamos apenas nos reportando ao planeta Terra -, as pessoas têm se comportado como maus meninos. E bota maus meninos nisso! Não é à toa que Deus, através de um dilúvio, acabou com toda a humanidade, conforme foi relatado no Antigo Testamento, poupando somente a família de Noé, que, aos olhos do Todo-poderoso, era considerado UM BOM MENINO! Assim, sobreveio uma outra geração, depois mais outra e outras mais, até a atual. Mas Deus ainda nos deu uma colher de chá: Nos enviou o seu único Filho – Jesus Cristo – com o fito de nos redimir de todo o mal. Como sabemos, Jesus sofreu as nossas dores, sendo torturado e crucificado.

O grande problema é que as pessoas não querem absorver os ensinamentos de Cristo – e há até quem não acredite Nele! -, e por isso mesmo os problemas continuam. A humanidade continua belicosa, e assim ainda estamos longe de vislumbrar uma paz definitiva entre todas as Nações. Infelizmente!

A verdade nua e crua é que as pessoas não se amam mutuamente. Muito pelo contrário. É cada um puxando a brasa para a sua sardinha, vamos dizer assim. Por outro lado, ainda existe muita discriminação por todo o mundo; a desigualdade social é alarmante. Assim, muitos vivem na opulência e outros mais vivem – ou vegetam – na miséria absoluta. Vivemos, destarte, num mundo por demais desumano. E enquanto esse estado de coisas perdurar, estamos fadados a ir à bancarrota. E aí seria o fim do mundo, tão apregoado há tanto tempo pelos mais velhos. A propósito, essa conversa sobre o fim do mundo atemorizava os meninos do meu tempo. Hoje em dia isso não acontece mais; os meninos de hoje, vivendo num mundo globalizado, têm uma visão totalmente diferente dos meninos de outrora, a exemplo deste escriba.

Por fim, supondo que efetivamente um dia o mundo vai acabar de verdade, devemos concluir que a culpa é toda nossa! É porque, perante o Criador de todas as coisas, não nos comportamos como UNS BONS MENINOS!

É assim que penso.