O ACESSO AO BAIRRO POPULAR

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR¹

A imaginação tem todos os poderes: ela faz a beleza, a justiça, e a felicidade, que são os maiores poderes do mundo.

Blaise Pascal

Diante de fatos não sem tem argumentos, tanto é assim que analogicamente falando entendemos que Santa Rita, Sua História e Sua Gente, a foto² de Antônio Viégas que registra in loco a construção da pequena ponte sobre o rio preto, que nasce nas imediações da localidade onze no Bairro da Santa Rita e corta a cidade para despejar no mar, passando pela a atual rua Professor Severo Rodrigues, in memória, antigo professor da Vila Operária Tibiri e da rede municipal de educação na década de 30 do século XX em nossa terra. Não por acaso que Mia Farrow enfatiza que “a fotografia nunca se revela por inteiro quando você se desmancha por alguém. Essas relações lembram uma foto polaroid: a imagem vai aparecendo aos poucos. Algumas coisas se distanciam do sentimento original, mas isso é a vida”. Voltando a análise nua e crua da foto antes citada, ao fundo do registro dito fotográfico avista-se a Cadeia Pública de Santa Rita, edificado também na década de 30 e o casario com o estilo da época, valendo apenas relembrar de que todas foram derrubadas e em cujos terrenos foram construídos novos prédios, a começar pelo prédio dos herdeiros do comerciante Antônio Alvino da Costa, por exemplo, na Praça Venâncio Neiva, de frente para a Estação Ferroviária Conde D'Eu em Santa Rita/PB, inaugurada em 1882 e assim denominada em homenagem ao genro do Imperador Pedro II, esposo da Princesa Isabel. É importante registrar também que a referida Estação Ferroviária também foi derrubada na década de 80 e em cujo terreno foi construída a atual. Nota-se também a existência da construção de casas de taipa e cobertas de palhas na atual Rua Senador José Américo (que na época era chamada de rua do Melão e depois de rua Nova Descoberta, antes do nome atual), já existiam as casas de frente para a cadeia pública, a exemplo da casa onde mora e trabalha o senhor João Ferreira Maciel, um dos primeiros radiotécnicos de Santa Rita formados no Rio de Janeiro para consertar rádio, além do salão de beleza masculino do hoje advogado e delegado Cacá Amâncio e amigos. Já existia a Rua da Linha, que passou a chamar-se de Rua Dr. Pedrosa, bem como a casa do senhor José Severiano de Lima, enfermeiro altamente humano e qualificado e que trabalhava no Hospital e Maternidade São Vicente de Paula, na cidade de Itabaiana/PB, casado com dona Dulce Ferreira de Lima, conhecida por dona Dulce, de saudosa memória e que construiu uma grande prole, dentre os quais o Engenheiro Edson Severiano; o Médico Val; a Professora Edileuza; Professor Evandro Severiano de Lima (que iniciou a sua vida como professor no Cofrag - Colégio Francisco Aguiar, no período de 01 de outubro de 1985 a 23 de amrço de 1992, quando já estava estabilizado como professor na rede pública estadual e municipal), e outros filhos igualmente ilustres e filhos do referido casal, tendo em vista que a memória escapa neste momento. A casa onde morou Mário Bandeira de Luna, casado com Herundina Pereira da Costa (tia do prefeito Reginaldo Pereira da Costa e seus irmãos), também aparece encoberta por plantações de bananeiras e coqueiros (onde encontra-se edificada a Padaria Santo Antônio, do Sr. Adauto Apolinário e família); e do outro lado verifica-se a existência de uma modesta casa de taipa e coberta de palhas de cana de açúcar, que é justamente a casa primitiva do senhor Ernesto Alves de Lima, onde encontra-se atualmente estabelecido o seu filho e comerciante Antonio Alves de Lima, o popular Tota promoções. O povo passava para o bairro popular por uma pinquela, feita de madeira ou por dentro d'água, não existia a rua Professor Severo Rodrigues, isto é o inicio da habitação do morro da popular, que me orgulho de viver nele os 365 dias do ano, isto há mais de 60 (sessenta) anos contínuos. O registro fotográfico prova de que antes dali o Bairro Popular ainda não tinha sido pisado por automóveis, motors, etc., apenas por animais domésticos e ou selvagens que outrora se presume que tenha aqui vivido antes da presença do homem tido como civilizado, ainda não existia lixo e esgoto sanitário jorrando a céu aberto como sepultura esperando o cadáver para ser sepultado, sic, salvo melhor juízo.

Em síntese nesta época era a administração do Prefeito Antônio Teixeira, iniciada em 1959, no Bairro Popular tinha apenas as casas populares construídas no Governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra, entre as atuais ruas: José Paulino Cavalcante, Professor Pereira Lira e Major Terêncio, na rua Eurico Dutra, tinha apenas a construção da caixa d’água no local onde atual foi construída a Secretaria Acadêmica da Faculdade e Colégio Francisco Aguiar. E por fim cercados de criação de gado, muitos pés de macaíba e poucos casas edificadas de barro e cobertas de palhas de cana e ou de coqueiro. Andy Warhol tem razão quando afirma que “a melhor coisa sobre uma fotografia, é que ela não muda mesmo quando as pessoas mudam”. Vem daí o atual Bairro Popular, que batiza todas as demais localidades da atual cidade alta de Santa Rita. Viva nossa terra!

.......................

¹ Cf. https://www.facebook.com/franciscodepaulameloaguiar.aguiar . Página acessada em 26/02/2014.

2Cf.<https://www.facebook.com/photo.php?fbid=118169025014383&set=a.112702338894385.22431.100004638574155&type=1&theater> . Página acessada em 26/02/2015.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 26/02/2015
Reeditado em 26/07/2016
Código do texto: T5151518
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.