Desarmamento: Qual é o Foco? - A vitória do NÃO

Neste ano, no Estado de São Paulo, intensificaram e triplicaram as ações conjuntas das policias civil e militar no combate ao crime e ao tráfico de drogas, desmanchando quadrilhas e inclusive, detectando, demitindo ou encarcerando também em suas grades, quadrilhas de maus policiais (690 policiais) envolvidos no crime, que mancham o nome dessas corporações. Curiosamente, há alguns meses, a policia militar afasta de suas atividades, dois policiais que, preocupados com o sucateamento dos equipamentos de trabalho, os quais são utilizados nessas ações, denunciaram ao jornalista Milton Paron (programa Ciranda da Cidade, Rádio Bandeirantes) o revezamento dos coletes balístico que são obrigados a fazer por falta da quantidade adequada desse equipamento que protege a integridade física do policial. Todo policial deve ter um colete à prova de balas.

Enquanto isso, a sociedade está envolvida numa campanha ao desarmamento, onde já foram contabilizados gastos na ordem de 60 milhões de reais a gratificação a entrega de armas e, outros 200 milhões serão disponibilizados para a publicidade e realização do referendo.

São promovidos inúmeros debates e manifestações favoráveis ou contrários ao desarmamento.

Pelo SIM ou pelo NÃO, nada vai mudar e tudo permanecerá como está, pois, o poder aquisitivo do brasileiro mal dá para fazer frente as suas necessidades básicas, para o que colocar de comer em sua mesa, arma de fogo nunca foi um sonho de consumo comercial. Não é em qualquer esquina de nossas cidades que há lojas especializadas nesse comércio e, nas poucas lojas existentes, localizadas em grandes centros, é exigência de Lei a apresentação do porte de armas para a aquisição de armas e munições. Ordeiros cidadãos para defender-se, como também, bandidos e marginais se abastassem nas chamadas "bocas", onde esses materiais são adquiridos por baixos valores, a partir de 50 reais. No meio desse estado de coisas e com mais essa agressão a capacidade de defesa dos ordeiros cidadãos, esses buscam e buscarão os objetos de defesa nesse comércio paralelo.

O fornecimento ao aparelhamento bélico das quadrilhas e do crime organizado vem via importação, do tráfico que furam nossas fronteiras. A manutenção ao funcionamento das lojas especializadas nesse comércio de armas e munições não são gerados nas vendas efetuadas no balcão, e sim, nos lotes comercializados para as empresas especializadas em serviços de segurança privada e também, nas licitações e concorrências da segurança pública dos Estados.

Diante da incapacidade das gestões pública em segurança, essa "esperta" campanha milionária objetiva desvios de foco. Dessas causas, saem os mesmo efeitos onde os casuístas sempre estão atentos para se lançarem oportunisticamente a se aproveitarem da ingenuidade da massa.

Mas onde está o FOCO?

Mais de duzentos milhões destinados a realização desse referendo!

São dinheirama que seria melhor aproveitado e bem utilizados se fossem aplicados na segurança publica.

É crescente o consumo de "espinafre" dessa nossa opinião e por aí vamos convivendo nesse sistema, consumindo os desvios da Atenção e Foco, colocando nossas mentes a disposição dessas manobras bem "espertamente" articuladas.

Como toda farra é custeada com o meu, o seu, o nosso dinheiro, caberia a sociedade nesse desvio, questionamentos, ações judiciais e atitudes que impedissem a realização desse referendo e para se fazer que o gasto destinado ao referendo, o gasto com as gratificações a entrega da arma, os gastos com propaganda e publicidade dessa campanha fossem destinado em dobro para o aparelhamento (instrução, treinamentos, aumentos de salários e aumentos orçamentários destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública) e instrumentos (coletes, algemas, máscaras de gás, armas, rádio comunicador...) que dessem uma melhor estabilidade e segurança as nossas policias.

Sem dinheiro, sem um mínimo de bem-estar, sem idéia de justiça, de decência, solidariedade, sem a idéia de liberdade, respeito, sem tudo isso e com a corrupção devorando o social, torna-se difícil o cidadão se achar no meio desse tudo que a cada dia vem deteriorando o Estado.

Lamentavelmente, nos transformamos numa massa que fincamos nossos pés ao chão e nos acomodamos com a exarcebada Fé em que dias melhores virão, sem que para isso, não seja necessário atitudes e ações.

A vitória do NÃO

Nos últimos doze meses, as armas de fogo vendidas ao ordeiro cidadão pagador de impostos não chegou a 1500 unidades em todo o Brasil. Gastou-se mais de 500 milhões numa pergunta para então, proibir a venda de 1500 armas de fogo por ano. Se o SIM fosse vitorioso, é ingênuo imaginar que mudaria alguma coisa nesse cenário violento pois, o cidadão, o ordeiro pagador de imposto, como também os bandidos e marginais se abastecem e continuariam se abastecendo no comércio paralelo, no câmbio negro, nas chamadas bocas onde uma arma custa a partir de 50 reais e esse comércio, só iria crescer.

Dos 170 milhões orçados para a segurança pública, apenas um terço chegaram as policias de todo o Brasil, o restante, estão sob o contingenciamento de despesas orçamentária.

A vitória do NÃO no referendo da vendas de armas é um recado claríssimo da sociedade brasileira. Enganam-se aqueles que pensam que as pessoas gostam de andar armadas por ai ou de revolveres e espingardas em casa. Ninguém gosta disso não. Votaram NÃO porque se sentem inseguros, desprotegidos pelo Estado que deixou a segurança pública beirar a falência em quase todo o Brasil.

Num país em que se assaltam delegacias e se resgatam presos, em que os bandidos mandam fechar o comércio de bairros inteiros e usam granadas, metralhadora e mísseis para atacar a polícia, só podia ganhar o NÃO.

A propaganda do sim não encontrou ECO na REALIDADE. Mata-se nas ruas, nos sinais de trânsito, nas favelas e até nos condomínios fechados, protegidos pela vigilância particular.

Apesar do esforço e da dedicação de muitos policiais, a maioria sem dúvida, a policia vem sendo sistematicamente derrotada pelos bandidos, pela bandidagem de toda a ordem e pela ineficiência das gestões da segurança pública.

Não sabemos o que nos espera na próxima esquina, no próximo sinal de trânsito, essa que é a nossa realidade.

A justiça tarda e não raras vezes, falha.

Por isso que os brasileiros votaram NÃO e jamais porque gostam de se armar e de atirar em alguém.