Sobre o Desejo e as Escolhas

Sobre o Desejo e as Escolhas

A Psicanálise apregoa que o desejo pertence à ordem do desconhecido, do inconsciente e influencia nossos sentimentos, pensamentos e ações mais amiúde do que imaginamos.

Isso explica parcialmente a busca de realizações humanas e os níveis de insatisfação presentes, quando alcançamos um suposto desejo. Da satisfação momentânea ou provisória, passamos a não fruir mais o gozo esperado pela realização daquilo a que chamamos de desejo. Fica a sensação do “falta” ausência de algo mais, um sentimento por vezes indefinido.

Ainda nos encontramos em fase de aprendizado emocional. Nesse estágio, definir e conciliar o nosso querer (da ordem do desejo), com as necessidades concretas demandadas da vida profissional e sócio-econômica, se constitui o principal objetivo.

Compreender que alguns dos constructos de nossa personalidade como o id e as pulsões, pertencem a ordem do desejo, e segundo Sigmund Freud , são material do inconsciente e, portanto, sempre inatingível ou impossível de ser identificado concretamente, é um trabalho importante de auto-conhecimento que certamente contribui para a elaboração de outros componentes da psiquè, ego e super-ego, estruturantes de nossa personalidade.

O investimento consciente no “Conhecer-se a si mesmo” se constitui em um avanço expressivo para a elaboração do Eu Profundo e para se alcançar a realização humana: a plenitude.

Esse processo acontece tanto mais eficiente e eficaz quanto for a nossa consciência e determinação pessoal nessa direção.

Pois nos constituímos pela vida na vida de relação, mas essa elaboração pode ser menos eivada de sofrimentos e dores desnecessárias, se estudamos a sua trajetória, o material de que ela se compõe, tal como um estudante que, para obter êxito assume desempenhar a sua tarefa. Quanto maior for o empenho nessa direção, melhores serão os resultados obtidos. Assim, aquele que busca auto-conhecimento tem maiores chances de viver uma vida mais plena e feliz, posto que compreende os processos pelos quais todos passamos, evitando o esforço de refazer várias vezes o mesmo caminho, se demorando em mais percalços até atingir harmonização interior.

É certo que nos constituimos pela vida num movimento infinito de aprendizagens. É possível porém, escolher entre alguns caminhos dentro os quais há dois modos de agir comumente identificáveis: evitar a dor e buscar o prazer... Decidir se auto - conhecer é questão de escolha.

Referências de Estudos:

In Sigmund Freud: " Teoria do Desenvovimento Afetivo e Sexual"

In Emmanuel: " Vida e Sexo"

In Joana de Angelis: "O Homem Integral" e "Plenitude"

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 14/07/2007
Reeditado em 15/07/2007
Código do texto: T564930