UM LAVA JATO EM MINHA SALA : PONHA-SE PRÁ FORA... JÁ”
O fato ocorreu em Limeira,quando (ainda) era delegado de polícia,década de 70, instalou-se na cidade uma fabrica alemã, denominada Pittler,(nome real) de LAVA JATO, ou melhor lava autos que com dois ou mais rolos giratórios de plástico em tiras,mais água,  limpava e secava  veículos,em especial carros.Novidade para a época.
O diretor-presidente da empresa era um individuo de nacionalidade alemã, residindo discretamente num bairro elegante da cidade, Jardim Mercedes,junto com sua secretária interprete que arranhava as palavras e mal falava a língua portuguesa. Era mais fluente em espanhol.O diretor alemão não falava alguma palavra da  nossa língua pátria.Acredito:  jamais quis aprender a falar português.Por outro, a vizinhança estranhava o fato de um indivíduo viver num casarão com a sua secretária...O fato –para época- era estranho em especial para eterna e preocupada com a   "turma da moral e dos bons costumes..." Enfim...
Á tarde já ia embora e sairia do plantão, e, pelo rádio a polícia militar informava que se encontrava em um cruzamento qualquer da cidade,  o diretor-presidente da Pittler- o alemão-que, dirigindo sozinho um carro colidiu com outro.  Naquela época em colisões havendo ou não vitimas a PM comparecia e fazia o Boletim de Ocorrência(BO) que viria às minhas mãos somente noutro dia.Afinal,tudo indicava que essa ocorrência era banal.Sem outras consequências...
Hoje,a policia militar em colisões banais, só ocorrendo  danos, não mais vai ao local.As partes envolvidas atualmente é que devem comparecer a um posto policial para se elaborar a ocorrência.Correta é pois essa medida de a PM não mais comparecer em ocorrências só de danos, eis que a criminalidade tem maior importância...Esta está -reconhecidamente- incontrolável.
A colisão em via pública, com um alemão que nada falava português criou um ambiente perturbador a todos, aos policiais militares e circunstantes.(Curiosos e palpiteiros nunca faltam nessas ocorrências). Agora, imagine a situação embaraçosa desse alemão no meio da rua para se explicar. Nem me lembro mais se tinha CNH ou não.Agora,também não me interessa!! 
Por óbvio, conseguiu esse diretor da Pitller entrar em contato com a sua “salvadora” secretária. E, provavelmente ela recebeu ordem para comparecer ao local e, foi, por seu chefe e patrão sugestionada  a “encerrar o caso”-(sic), rápido e sem maior confusão, mandando-a, de imediato  à delegacia.
Essa mulher,então,descabelada, entrou em minha sala, desesperada, (parecia uma doida...),sem sequer pedir licença e, em portunhol  indagou-me:
“Quanto fica para encerrar tudo?”
Levantei-me da cadeira e respondi à indigesta,  intrusa e deselegante  senhora:
“Ponha-se para fora!!”
Da forma que entrou,em minha sala- (desesperada)- sem sequer pedirlicença.Com minha resposta de indignação-imediata- saiu e sumiu.
Essa mulher-secretária percebeu, no momento que havia encontrado um policial brasileiro honesto...Diferenciado,minimamente.( tudo isso – sempre modéstia à parte).
 Logo após, a noite chegava. Saí da delegacia e voltando para casa,imaginei: o que o alemão e a sua secretária pensavam mesmo da  polícia e policiais da cidade e/ou do Brasil...
A empresa alemã que fabricava máquinas de lava autos durou pouco tempo na cidade e, em particular está talvez hoje em "lugar incerto e não sabido"...  A secretária do diretor alemão tomou o mesmo destino.Certamente aprenderam um pouco da complexidade do País ...e sua gente.
Nem todos são iguais na antiga terra dos índios guaranis e tupiniquins.
Esse era o conceito dos dois, sobre a polícia brasileira: podia ser "comprada",facilmente...