NADA DURA PARA SEMPRE
Artigo de:
Flávio Cavalcante


 
 
     Principalmente quando falamos de televisão. É notório que o ator estar diante das câmeras atuando é um prazer indescritível. O ego de muitos vai lá pra cima e descer do salto na hora que tem que descer aí é onde está o problema.
 
     A teledramaturgia é uma ilusão sem fim. A geladeira é o termo usado dentro da emissora quando encosta o ator depois que expira seu contrato e não renova, impedindo-o de fazer o trabalho que ele mais ama que é atuar.
 
     O desespero bate e o ego não deixa que o ator desempregado procure outra atividade. Fica esperando que caia do céu, na ilusão que a empresa o contrate novamente. Para alguns as contas vão chegando aos montes. Nem pensar procurar outra atividade. Por causa dessa atitude de só querer atuar nos palcos da vida, a própria vida dá uma lição; as contas atrasadas.
 
     A vida do profissional passa do glamour à turbulência. Quando não acontece a renovação de um novo contrato, vem todo um processo de débitos acumulados por não ter dinheiro para pagar as contas que não param de chegar, trazendo também, além de uma depressão por causa do desespero, outros problemas sérios pessoais. Não vendo saída para resolver os tais problemas o ator parte para apelação como foi o caso da atriz Joana Fon, em redes sociais pedindo emprego na área artística ou jornalística.
 
     Beth farias numa época atrás também sentiu o dissabor dessa rejeição da televisão, teve que apelar para programas de outras emissoras concorrentes e por sorte acabou voltando para Rede Globo e nela continua até os dias de hoje.
 
     Imagino o desespero desenfreado dos artistas quando chegam ao ponto máximo de humildade; tiram a sandália da fama e tentam correr atrás de um prejuízo que acaba sendo em vão para a maioria, visto que, a televisão mostra seu lado cruel, dando um tapa na cara nos deslumbrados, que o tempo de glória passou, os holofotes se apagaram e as cortinas se fecharam.
 
     Muitos quando estão na ativa se acham os Deuses do momento e ficam no afã de uma fama que para eles vai ser eterna. A descida do salto desses que não acordam pra realidade são penosas. Atorezinhos pedantes, elevam o ego facilmente, se tornam pessoas insuportáveis para tudo e todos; parecem ser os donos do mundo, desprezam fãs, chutam imprensa como se tivesse a certeza que esta, têm que correr atrás deles não ele atrás dela. Esquecem que a nuvem é passageira e o caçador está à procura da caça. Uma hora é do caçador, mas em outra hora é da caça e assim acontece com todos sem exceção.
 
     Nem todos sabem lhe dar com essa fase de geladeira de tempo indeterminável e partem para apelações fazendo de tudo para serem vistos novamente, mesmo que isto venha acontecer o expondo negativamente.
 
     Escândalos de separações de casais famosos são as estratégias mais comuns de voltar à mídia. Envolvimento com drogas também faz parte de outra estratégia; outros arrumam barracos e chamam imprensa para registrar o feito. Parece que eles sabem o ponto fraco da mídia que é buscar assunto para subir no ibope, independentemente de ser negativo ou positivo, se aproveitam para voltar ao pódio novamente.
 
     Fera Fischer em tempos de outrora foi um dos exemplos. Barracos com seus serviçais, separação do atual marido. Notícia em todos jornais do país e a volta glamorosa para as telas. Mas nem toda hora acontece como o programado e o feitiço acaba virando contra o feiticeiro, fazendo as coisas ficarem ainda piores do que já estavam.
 
     No meu ponto de vista, nada dura para sempre e na televisão, o ator tem que acordar para a realidade da vida, que o tempo de glória tem um prazo de validade principalmente nos tempos atuais. A consciência existe para pôr a mão e ver que chegou a hora de pendurar as chuteiras de peito erguido, deixando um legado de experiência para essa nova geração das artes cênicas ou televisiva.
 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 28/08/2016
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