Eutanásia ou moda?

A Doutrina Espírita não define padrões para o comportamento dos seus profitentes, no entanto, adverte para o perigo da eutanásia, no caso da doação de órgãos vitais e com morte encefálica.

A doação de órgãos deveria ser espontânea e com anterior trabalho de desapego material, sem o qual tal atitude poderá ser dolorosa para a criatura.

Entretanto, vez por outra, encontramos escritos e entrevistas pessoais, que devido à origem da informação, são considerados postulados de comportamento espírita, o que merece nosso cuidado e respeito. O assunto demanda, no momento, estudo e discernimento de todos nós.

A palavra eutanásia tem sido utilizada de maneira confusa e ambígua, pois tem assumido diferentes significados conforme o tempo e o autor que a utiliza. Várias novas palavras, como distanásia, ortotanásia, mistanásia, tem sido criadas para evitar esta situação.

Por ser um tema de extrema complexidade, amplo e de ter diferentes interpretações, a Doutrina Espírita nos ensina que o corpo físico é tão somente um reflexo do que somos de fato (espíritos).

Ouve-se também no meio espírita que a doença quando se manifesta no corpo físico, ela já estaria instalada no perispírito.

Se assim o é, como se processa a cura, uma vez que se estaria tratando o efeito e não a causa? Na realidade, o tratamento somático é somente paliativo e a verdadeira cura se dá com a reforma íntima, pois as mazelas são frutos de nossas imperfeições morais.

O tempo de vida do reencarnante animando o corpo biológico, físico, psico-emocional, consciencial, espiritualmente considerado é e fundamental importância.

Está diretamente relacionado ao respectivo processo de maturação consciencial e às necessidades pessoais de realizações e auto-realizações, face aos desafios previstos e imprevistos circunstanciais, inerentes ao nascer/renascer, viver, morrer e renascer de novo, tantas vezes forem necessárias à construção e reconstrução do próprio destino, bem como da autoplenitude relativa, rumo a Plenitude do Ser.

Emmanuel ensina que: “quando encontramos alguém que a morte parece visitado seu corpo, devemos recordar que a vida prossegue além da grande renovação, por isso não estamos autorizados a desferir o golpe supremo a pretexto da consolação e de amor. Por trás disso tudo, está o espírito soberano e as Leis de Deus que do outro lado desconhecemos”.

Assim sendo, na intervenção através a Eutanásia, pode-se contribuir direta ou indiretamente para maior sofrimento não só psicobiofísico, como especialmente moral e consciencialmente, do indivíduo em fase terminal, pela ruptura das conexões bioenergéticas existentes entre o corpo físico e o respectivo perispírito ou psicossoma, considerado o modelo organizador biológico do corpo físico em cada gestação reencarnação.

Somente com a natural e espontânea desconexão do centro coronário – considerado a sede da mente – por ter então exaurido e esgotado completamente a energia vital, através do aumento acelerado e desintegrador dos fenômenos físico-químicos e bioquímicos da desassimilação celular, determinando a falência total dos órgãos, do extraordinário e complexo organismo humano, é que se consuma a chamada morte física.

Isto é, com a “saída do Espírito do corpo somático, por isso, o desencarne”.

Com esta visão filosófica existencial, o rejeitar-se da Eutanásia e todas as demais tentativas equivocadas contrárias à vida.

Este assunto não se esgota imensa que é a sua complexidade

Luz e Paz

Nilton Salvador
Enviado por Nilton Salvador em 25/07/2007
Código do texto: T579416