A CIDADE DAS MOTOS E MULTAS
Artigo de:
Flávio Cavalcante
 
 
     Caros amigos leitores do olhar crítico me respondam pelo amor de Deus; quando que eu vou ter o prazer escrever uma matéria elogiando alguma beneficie para o povo, vindo de algum setor público neste país? Estava fazendo uma varredura das sujeiras que estão debaixo do tapete; e tenho matéria até 2020 sem me preocupar em correr atrás de novas pesquisas.
 
     Uma delas acontece na cidade na cidade do Rio de Janeiro. Já era notório que o governo depois dos gastos monstruosos das olimpíadas ia de fato não deixar barato e dar um jeito de assaltar o trabalhador para justificar o rombo deixado numa crise faraônica e hipócrita. É de deixar qualquer um estupefato a quantidade de motos no deposito do Detran em Campo Grande no Rio de Janeiro. Angariar impostos para os cofres públicos à todo custo, agora passa a ser até uma meta, chegando a ser vergonhosa as atitudes dos policiais nas blitz imperdoáveis e sem lógica que encontramos quase em cada esquina, todos os dias. Já chega até ser humilhante o condutor carioca ter que passar por o constrangimento de todo ano ser obrigado a vistoriar o seu veículo, visto que quase 100% dos outros Estados do país não existem tal ação. O IPVA já garante a regularização do mesmo.
 
     Esta obra comandada por engenheiros de obras prontas, fazendo do povo cobaia de aprendizado, resultou numa cidade cheia de crateras abandonadas nos bairros mais humildes da cidade. Acidade tão maravilhosa tem como resultado desse evento nada espetacular uma urbe resumida em buracos e asfaltos destruídos inaugurados em pouco tempo.
 
     É inegável que é mais uma sacanagem desse governo inescrupuloso que acabou de lavar a cara num gigantesco lava-jato, lavando também cada centavo assaltado à mão desarmada dos bolsos de um povo que é marcado pela geladeira vazia.
 
     Desesperado querendo tapar o sol com a peneira, as multas e os pardais escondidos, vão de grão em grão enchendo o papo igual a galinha carijó. A barreira de policiais do Detran, acompanhando alguns guinchos esperando, prontos pra abocanhar mais um tostão pro bolso dos governantes que fazem obras consideradas obras de igreja e intermináveis por causa de uma olimpíada sem sentido. Até me perguntaram um certo dia. Que facilidade eles encontram para dificultar a vida dos condutores de veículos pondo leis catastróficas tudo para estorvar o cidadão e deixa-lo sem direito de defesa. Com isso, o governo vai estufando os cofres para encher as mãos bobas dos gatunos, raspando novamente a última moeda do porquinho que já perdeu muitos quilos nas economias do nosso povo sofrido.

     A cidade das motos cresce a cada dia à ponto de ter até nome nas ruas do depósito que parece um cemitério de motos e os buracos no asfalto também tem um crescimento homérico e deixa bem claro que o nosso dinheiro está indo pra conta bancária de alguém.
 
     O dinheiro desparece rápido e logo inventam uma nova lei de transito, pondo o cidadão numa situação constrangedora de andar com a lanterna acesa, usando a cultura de um país evoluído onde o uso da tal performance é exclusivamente preocupada com a vida do condutor, o que não é um fato no nosso país.
 
     No Brasil roubam o pato e quem paga é o cidadão; mas ninguém viu quem roubou, ninguém sabe de nada. Ouvi dizer que na cidade das motos além de ser dividida por ruas, recebem também nomes homenageando grandes homens da nossa história. Como se trata de um assalto aos cofres e a moral de um povo, no meu olhar crítico, cada rua da cidade das motos deveria ter o nome dos ladrões responsáveis de aumentar a cada dia essa cidade de ferro velho estampando a falta de vergonha desses governantes.
 
     A cidade de ferro aumenta cada vez mais e será que lá tem escolas, hospitais? Aqui na nossa realidade não temos nem o que comer e o povo não tem nem onde cair morto.

 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 22/10/2016
Reeditado em 22/10/2016
Código do texto: T5800066
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.