A poesia da voz de Oswaldo Montenegro

Por Cintia Gushiken

(Dedicação)

Se os quatro elementos consiste na energia do fogo, da terra, do ar e da água, a bailarina que pisa em cristais silenciando o grito que pede paz, é a expressão da poesia triste diante dos olhos, mas alegre no interior da alma.

A linguagem poética com que Oswaldo Montenegro investe nas letras e nas músicas soletrando cada verso e cada emoção em forma de nostalgia certamente nos explora espiritualmente. A composição entre a música, o som contagiante que une muitas vezes a dramaturgia de um contexto e os sonhos de quem vive no lúdico, enfoca a poesia que existe em todos nós.

A distância que une os cristais e a voz é o colorido pálido que Oswaldo emprega na força das palavras com a sutileza da música.

"Sóis dez mil Picassos pintando a tela" é o som que remete à maestria da imagem que surge no nosso cérebro de leitores. E trata-se do emprego de uma figura bastante poética e lúdica. Como estudiosa da holística, confirmo que essa pequena figura brinca com os nossos dois hemisfério do cérebro, exercita na questão de que nossos sensores nervosos captam os sinais da música, confere a nossa interpretação, a nossa lógica, o nosso raciocínio, remoendo arquivos, processando mensagens e se tranquiliza quando de forma perfeita nos remete a fantasia de fechar os olhos e pintar a tela com a ilustração de Picasso multiplicado por dez mil vezes.

A "Metade" é a combinação perfeita entre a força da ânsia e o silêncio, a partida e a saudade, a prece e a repetição do fervor, o medo e a paz merecida, a lembrança do que fomos e a dúvida de não saber de nada, o abrigo e o cansaço, a resposta da arte e a platéia na metade do amor que se soma a outra metade que ao amar algum olhar nega a fala de qualquer instante. Pois quando amamos simplesmente amamos sem discordar com os verbos que correm nas veias e nos pulsos das listas que em conjunto com o tempo, enferruja a memória de qualquer orvalho.

Contudo, a vida segue o movimento das estrelas que quando observadas aqui neste chão, irradiam uma rotina de praticar a poesia, as civilizações e os baús do tempo.

Cintia Gus
Enviado por Cintia Gus em 26/07/2007
Reeditado em 29/08/2016
Código do texto: T580785
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