Bom senso na ALITA - R. Santana

Bom senso na ALITA
R. Santana

René Descartes, racionalista, de pensamento histórico: “cogito, ergo sum” ou, “dubito, ergo cogito, ergo sum”, que através do pensamento, justifica o ser, o eu, a existência e, a frase não menos histórica que todo homem jacta-se de possuir “bom senso”. E foi o bom senso que levou a presidente da Academia de Letras de Itabuna-ALITA, Dra. Sônia Maron, antecipar para esta semana, próximo dia 16 (sexta-feira), às 19 horas primeira convocação e às 20 horas, segunda convocação, a eleição por voto de seus membros fundadores e efetivos, a diretoria da ALITA para o biênio de 2017 e 2018.

No dia 07 deste mês, em nota editorial sobre o encerramento das atividades da ALITA e da 2ª. revista “Guriatã”, conclamei aos alitanos no diário on-line “Saber-Literário”, o seguinte:

“...Aproveito a oportunidade para conclamar aos acadêmicos da diretoria da ALITA, mais ação administrativa, mais integração com a comunidade, mais projetos comunitários, mais ação política, agregar todos os membros sem tendência de grupo, torná-la mais democrática e mais transparente.
Uma academia não pode e não deve ser, somente, um repositório de reuniões de condestáveis, mas aberta às diversas tendências intelectuais e culturais. Sua importância se dará à medida que for significativa para comunidade.
Uma academia de letras de uma cidade, de um estado, de um país, expressa o que existe de melhor intelectualmente e culturalmente numa sociedade e deve ser dirigida por um líder não por um chefe. O líder a diversifica e a agrega, o chefe coloca-a aos interesses dos proeminentes de plantão e dos apaniguados. O rosto de uma academia, deve ser o rosto da comunidade...”

Uma academia de letras moderna, a inspiração dá lugar à transpiração, ao trabalho, não ao ócio ou devaneio, ou, ao chá das 17 horas como na ABL.

A presidente da ALITA, Dra. Sônia Maron, deixará um legado de ineficiência administrativa, que poderá ser justificado, “eufemizado” e compreendido, se fatores decisivos e alheios à sua vontade, a exemplo de falta de saúde ou graves problemas familiares.

Lembro-me que na reunião de 14 de maio de 2015, para escolha da nova diretoria da ALITA, Dr. Marcos Bandeira, disse não acreditar que a presidente Sônia Maron, desejasse mais um segundo mandato face sua fragilizada saúde, mas foi surpreendido com sua posição contrária, que além de aceitar o segundo mandato, conjeturou com o escritor Cyro de Mattos, os nomes que comporiam sua chapa para reeleição.

Porém, quem lamenta o que não deu certo, sofre em dobro, não se chora sobre o leite derramado, não se deve olhar pelo retrovisor, o passado ruim deve ser sepultado e enterrado para sempre, importa agora, que se eleja no próximo dia 16, um nome que agregue todos os segmentos intelectuais da cidade com objetivo comum de soerguimento e desenvolvimento da nossa entidade literária itabunense.

Se me fosse dado o privilégio de traçar o perfil do próximo presidente da ALITA, sugeriria um nome leve, benquisto socialmente, não tendencioso, sem sectarismo, que não fosse intolerante, agregador, de ideias avançadas, não conservador, desenvolto, que saiba lidar com o dissenso e a crítica e seus diretores tenham o mesmo ideário.

Enfim, que a nossa casa das letras e do conhecimento, não seja, somente, casa de pensamento platônico, de sonhos, de metáforas, mas seja, também, uma casa de ações práticas, projetos comunitários, porta-voz dos que não têm voz e de consciência política aristotélica. Fraternalmente, Rilvan Batista de Santana. Itabuna, 13 de dezembro de 2016.