Escolher

Não é possível viver sem limites, da mesma forma ausência de limites não significa liberdade. A liberdade humana tem relação com fazer-se escolhas, mas escolhas de verdade, não aquelas que se faz sob coerção de qualquer espécie.

O que nos impede de escolher livremente: sejam atos, caminhos, modos, relações? Existem inúmeros impedimentos para uma livre escolha humana. Primeiramente existem duas formas básicas de pressão contrárias: Uma é externa e pode representar impedimentos de todos tipos advindos de conflitos sociais, econômicos, políticos, religiosos, culturais e morais. Aqui me refiro à Moral como conjunto de normas e regras sociais em um determinado contexto cultural, não como Ética que é uma construção individual de um sistema de valores e tem estreita relação com a liberdade. A outra forma é a pressão interna que advém de conflitos da psique do indivíduo (ou subjetividade se preferir).

O maior impedimento de todos é o desconhecimento de si. Se não soubermos nada ou quase nada das multidões que nos habitam como poderemos resolver os conflitos que se sucedem dentro de nós? Como podemos distinguir o que é nosso de fato daquilo que carregamos do social, da educação, dos condicionamentos? Como podemos escolher?

Claro que construímos nossos valores no social, não aprendendo e reproduzindo normas coletivas, mas sim nas relações, vivendo, conflitando, discernindo, crescendo juntos.

Então escolher com liberdade pressupõe conhecer-se, construir-se enquanto sujeito ético. Para tanto é preciso, por vezes, desobedecer. Não desobedecer por desobedecer, mas como exercício de liberdade. O que fazer quando uma regra segue contra seus princípios éticos? O que vale neste momento? Entra um outro conceito em voga: A coerência. Suas atitudes estão alinhadas com o que você pensa e sente? Se sim, então você age com coerência.

Tudo é exercício, sempre somos coerentes? Éticos? Precisamos ser? Sempre? Senhores e senhoras certinhos(as) é mister serem mais flexíveis. Afinal multidões nos habitam e podemos ser livres sim se soubermos transitar por essas complexidades através do autoconhecimento e assumindo toda a responsabilidade pelas nossas escolhas, desconstruindo, desobedecendo, construindo, errando, vivendo mais plenamente.

E aquela delícia de transgressão? Aquela inevitável contradição? Alguém aqui é trem?! Que absurdo! Sabe aquela galinhada perfeita? Com bastante molho e gordura da pele? Maravilha! Só no preparo cuidado, mas muito cuidado com a bile, se ela estourar ao preparo da ave: Lave rapidamente retirando o fel que pode com uma mais leve gota comprometer todo saboroso prato. O fel é a culpa, quando for transgredir não deixe respingar uma gota! A não ser que tu gostes do sabor amargo. Se for esse o teu caso ignore.

Juanita Sacks
Enviado por Juanita Sacks em 23/01/2017
Código do texto: T5890829
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