Cansei dos "cansados!"

Os que lutam

"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;

Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;

Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;

Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."

(Bertold Bretch)

Pois é isso mesmo: Cansei dos “cansados”!

Essa camada social que se crê "ANTENADA" até quando declara publicamente seu analfabetismo político. Graças a esse movimento de vespas estamos aonde estamos – à beira do colapso social.

Uma sociedade justa, igualitária, cidadã não se faz com “cansados” ou "pintados", muito pelo contrário, precisamos cada vez mais de homens e mulheres incansáveis, íntegros, sérios, vigilantes, combativos e não, derrotados, combatidos, amofinados.

A lição nos é dada por Platão ainda na Grécia Antiga, quando em A República profetiza uma cidade ideal a partir de uma Educação de ponta. Educação como Formação Geral Básica que incluía o conhecimento de Filosofia, Sociologia, Literatura, Artes Plásticas e Cênicas, fisicultura, alinhamento ético, moral e fraterno.

A sociedade dividida em castas sim, mas dada a estas castas a formação humanitária necessária para que todos entendessem que os grupos formam o todo e não o contrário. O conhecimento da lógica e da arte da guerra também fazia parte dessa construção.

É isso que nos falta hoje: A compreensão de que por mais que tenhamos circuito interno de tevê, celulares com localizadores, cercas elétricas, alarmes e carros blindados, nada, repito, nada nos protege dos pensamentos ou protege o nosso pensamento: as execuções são sumárias, de guerrilha.

Somos indefesos porque sozinhos contra o mundo. O nosso algoz é quem detém os conhecimentos dados pela Universidade do Ódio. Atira-se na cabeça, sem chance de defesa, sem tempo para equipamento de ressonância digital, UTI móvel, ressuscitador.

Todos morrem na hora, agonizando por minutos, como fazíamos pequenos com os passarinhos e descrito na letra de João Bosco; “tá lá o corpo estendido no chão...”. Médicos, intelectuais, aeromoças e turistas, políticos, ricos e pobres, assassinados.

Tão bem expresso pelo governador do Rio de Janeiro, em janeiro próximo passado, Sérgio Cabral, apenas constatou o que ocorre há tempos nas principais metrópoles: o extermínio de milhares de brasileiros pelas drogas, acidentes aéreos ou de trânsito, nas portas dos hospitais, violência urbana, ganância (crimes de mando), imperícia, imprudência ou abandono imaterial.

Será essa a grande saída para os problemas sociais? Lembra um quadro do humorístico de Chico Anísio, que satirizava a saída para a pobreza (...) explodi-los... .

Mas o pior de todos os crimes é o da omissão. Porque esses não têm aparentemente a quem se responsabilizar, geralmente realizados por matadores em série e enquanto as autoridades desvendam a autoria já realizaram grandes estragos sociais. Isso quando não são classificados como perfeitos, insolúveis.

Seria o que teólogos e esotéricos atribuem a feitos executados por uma força antagônica de grande magnitude, como a influência de um Anti-Cristo.

O século XXI é um dos primeiros da Era de Aquário. Essa era é citada como de alinhamento do cosmos, momento em que veremos grandes cataclismos, o desaparecimento de populações inteiras e o reencontro do homem consigo mesmo. É o período em que se insurgem diversas seitas, filosofias, ordens e irmandades buscando trazer o homem de volta ao próprio homem, a exemplo do que ocorre hoje em dia com a proliferação de O Segredo.

Tudo a que estamos assistindo nada mais é que o resultado de nossos próprios feitos. Em nome da larga industrialização, destruímos matas, envenenamos oceanos, desempregamos milhares de famílias, dizimamos populações de cobaias ou submetemos a martírio em nome do pregresso. Criamos fortunas e distanciamento entre seres da mesma espécie. Instituímos a solidão, o preconceito, a diferença como prerrogativas civilizatórias.

Produzimos a desigualdade. Pois bem, a desigualdade cresceu e está tentando atrofiar essa dita sociedade, como fazem os jovens quando se tornam adolescentes. A noção de conflito e perigo é real, mas não podemos esquecer que como “criador”, somos nós que a educamos e não o contrário.

Essa apatia dos “Sem cabeça” não nos conduzirá a lugar algum. A crise é o melhor momento para reflexão e adoção do plano B. Semelhantes aos pais, segurem pelo braço e digam: “Agora, vamos conversar”.

Cabe à sociedade civil retomar as rédeas da situação pela via que nos é legítima: A mobilização, o engajamento. Afinal, não somos palhaços, somos brasileiros e nunca desistimos.

Cansamos? Não!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

QUEREMOS O IMPEACHMENT!

Arsenia Rodrigues
Enviado por Arsenia Rodrigues em 17/08/2007
Reeditado em 06/09/2008
Código do texto: T611479
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