Em um diálogo com a galera no horário de almoço, uns discutiam se ainda era tempo de retornar à casa de Deus depois de tantas coisas erradas que havia feito durante o ano. A pergunta não girou em torno de uma resposta, mas de suas desculpas para os feitos.

Outros deram desculpas de que faziam o que faziam porque estavam longe da família e por carências, ai aprontavam. Houve também aqueles com o desejo de refazer a comunhão, foram mais honestos e soltaram a voz dizendo que faziam porque tinham vontade mesmo. Um deles, em especial, me chamou atenção. Ele parou, ouviu e disse:

- Faço porque quero sim, mas toda vez que estou ali em pecado, minha mente foge e consigo pensar e me perguntar: E se Cristo voltar agora? E se eu morrer neste instante? Só que o pecado e tão mais forte que logo esqueço e não estou nem ai mais. A noite, em minha cama, volto ao local em pensamento e tento imaginar como seria se eu tivesse resistido e vencido a batalha. E continuou ele:
- O pior de tudo é a perda de algo dentro de mim que não consigo explicar, é como se tivesse morrido algo de bom e não conseguisse mais lembrar como é a sensação de ter Deus em meu corpo. Dá um vazio e houve momentos que confesso, cheguei a chorar. Mas logo tudo é deixado para trás para cometer o mesmo pecado novamente.
A dúvida deles era se ainda assim haveria um tempo para eles.

Outro mais velho e mais experiente pediu para falar e afirmou:
- Ainda há tempo.
Alguém o interrogou:
- Tempo, será?

Mas este moço, firme, se refez na cadeira e abrindo o celular começou ler a Bíblia na sua moderna forma de ser. Ele contou sobre Pedro e sua negação a Jesus. Ele o fez de uma forma tão interessante que vale lembrar aqui. Imagine a cena!!!

Você sai à noite e está se aquecendo à beira da fogueira ou você está em um bar tomando sua cerveja, jogando conversa fora, falando de tudo e um amigo seu, bem chegado, está para morrer. Sua cabeça não está ali com estes amigos, porque você sabe bem o que está acontecendo do outro lado da cidade. Seu desejo não é de ficar ali conversando, mas de se esconder do fato real da sua vida.

Alguém então te reconhece, porque seu comportamento e sua vida refletem quem você é e onde seu coração realmente está.
- Você é um deles, disse alguém. E sua resposta é:
- Eu, que isto, não sou nada!!! A pessoa insiste:
- É sim, você faz parte daquele povo e você tem a aparência deles, outro exclama.

Pedro não teve como esconder que fazia parte da vida de Jesus, assim como nós não temos como esconder que fazemos parte da igreja de Cristo. Podemos estar em uma boate ou com as luzes apagadas que quem nos olhar vai dizer: - você não é daqui.
Temos uma marca que não conseguimos enxergar no exato momento, mas satanás enxerga e conhecem, os outros também, a marca de Cristo. Ela está em nós.

Não adianta corrermos, porque não somos mais desta vida louca e desorientada. Temos o Espírito Santo clamando pela nossa volta. Então, enquanto houver fôlego de vida, há tempo para retorno. Depois já era!!!
Somente a morte espiritual nos separa de Cristo.

Um olhou para o outro e sorrindo disse:
- Estou vivo? Então posso recomeçar.
Saímos todos do horário de almoço com verdade de que mesmo Pedro tendo negado a Jesus, ainda teve tempo de correr atrás e voltar a vida de comunhão, tanto que se tornou quem é hoje na história cristã.
Então, não podemos esperar a morte chegar da forma que estamos, precisamos sempre ver a vida como uma oportunidade de reconciliação.

Silvia Leticia Carrijo de Azevedo Sá
leticiacarrijo81@gmail.com
Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 20/09/2017
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