OS ANABATISTAS

OS ANABATISTAS

“Eu tenho o melhor Pai do Mundo. Deus!”. (Antonio Paiva Rodrigues).

Para determinados cristãos o rito do batismo era considerado coisa muito séria. Por essa seriedade apenas as pessoas adultas e conscientes do que faziam, podiam ser batizadas, mas as crianças não tinham esse “privilégio”. A Igreja Católica predominante na época tinha a primazia e os mais extremistas pretendiam viver em paz em suas comunidades, onde praticavam a comunhão de bens. A palavra anabatista deriva de anabaptistas "re-baptizadores", do grego "ana" e "baptizo"; em alemão: Wiedertäufer - são cristãos da chamada "ala radical" da Reforma Protestante. São assim chamados porque os convertidos eram batizados em idade adulta, até mesmo aqueles que já tivessem sido batizados em criança, crendo que o verdadeiro batismo só tem valor quando as pessoas se convertem conscientemente a Cristo. Os anabatistas fundaram sua primeira igreja no dia 21 de janeiro de 1525, próxima a Zurique, na Suíça, de acordo com a doutrina e conduta cristãs pregadas no Novo Testamento e testemunharam alegremente de sua nova vida em Cristo. Os grupos e movimentos que rejeitavam o batismo das crianças, ainda que bem diferentes entre si, foram alcunhados de anabatistas. Um de seus membros mais famosos foi o Holandês Menno Simons (1496-1561), Padre católico, que de tão impressionado com o martírio de um grande pregador anabatista que estou a Bíblia e terminou transformando-se em um pastor anabatista, povo por demais perseguidos por luteranos e católicos. O movimento dos anabatistas logo se espalhou pelos Países Baixos, Suíça e Alemanha. É difícil sistematizar as crenças anabatistas daquela época, porque qualquer grupo que não era católico ou protestante e que batizavam adultos, como os unitários socinianos ou semi-gnósticos como Thomas Muentzer eram rotulados como anabatistas. Esses grupos, junto com os Anabatistas constituem a Reforma Radical. Em 1533, a cidade de Munster se rebelou contra o bispo-feudatário e aderiu à Reforma. No mundo moderno os anabatistas depois de serem massacrados na Guerra dos Camponeses, os anabatistas sobreviveram na sua forma pacifista, como a Igreja Mennonita.

Originalmente concentrados no vale do rio Reno, desde a Suíça até a Holanda, os anabatistas conquistaram adeptos de cultura germânica. Perseguidos pelo Estado e guerras, tiveram imigração em massa para a Rússia e América do Norte. No final do século XIX e começo do XX surgiram colônias na América do Sul (Paraguai, Argentina, Brasil, Bolívia), onde mantêm suas culturas e fé. Muitos Anabatistas conservadores vivem em comunidades rurais isoladas e desconfiam do uso de tecnologia. O pastor Bernhard Rothmann, então padre católico, saiu vitorioso de uma disputa pública com luteranos e católicos a respeito do batismo dos adultos. A partir de 1553, a cidade de Munster se tornou refúgio dos anabatistas, que instituíram o regime teocrático. Boatos foram espalhados pela cidade na tentativa de perturbar os anabatistas afirmando que eles se tornariam polígamos e que matariam fiéis de outras crenças, essa maldade partiu dos católicos e luteranos. No final das contas, um arcebispo católico ao lado dos luteranos se aliou para reaver a cidade pelas armas, conseguiram seus intentos e massacraram os líderes do regime teocrático. As principais denominações hoje Anabatistas são: os Mennonitas; Amish, famosos pelo estilo de vida conservador; Hutteritas, que defendem um comunualismo, rejeitando propriedade individual.

Os Anabatistas influenciaram ainda outras denominações religiosas, como os Quakers; Batistas; Dunkers e outras denominações protestantes que afirmam a necessidade de uma adesão voluntária à Igreja. Jacob Hutter fundador de uma seita praticamente da comunhão de bens como foi citado anteriormente nas entrelinhas dessa matéria. Ele foi executado em 1536, havia muitos huteritas na Moravia, durante a famosa Guerra dos Trinta Anos muitas perdas foram contabilizadas e quem escapou do massacre se refugiou de principio na Hungria e depois na Rússia.

A doutrina dos anabatista enfatiza que: Os princípios enfatizados pelos anabatistas são: A Bíblia, principalmente a ética do Novo Testamento, devem ser obedecidas como a vontade de Deus, embora não sistematizando sua teologia, mas aplicando-as no dia-a-dia. A interpretação da Bíblia é realizada nos cultos e reuniões da igreja. Essa posição de evitar querelas teológicas evitou divisões de caráter doutrinários nas denominações anabatistas. Credos e confissões são somente documentos para demonstrar aquilo que se crê, mas requerem a adesão ou crença a eles. Aceitam, portanto, em essência os Credos históricos do Cristianismo, mas não o professam. A Igreja é uma comunidade voluntária formada de pessoas renascidas. A Igreja não é subordinada a nenhuma autoridade humana, seja - ela o Estado, ou hierarquia religiosa. Assim evita participar das atividades governamentais, jurar lealdade à nação, participar de guerras. A Igreja não é uma instituição espiritual e invisível, mas uma coletividade humana e real, marcada pela separação do mundo e do pecado e uma posição afirmativa em seguir os mandamentos de Cristo. A Igreja celebra o Batismo adulto por infusão como símbolo de reconhecimento e obediência a Cristo, e a Santa Ceia em memória da missão de Jesus Cristo. A Igreja tem autoridade de disciplinar seus membros e até mesmo sua expulsão, a fim de manter a pureza do indivíduo e da igreja. Como pode ser notada, a teologia anabatista é massivamente eclesiológica, baseada na vida comunitária e Igreja. Quanto à salvação, o anabatismo crê no livre-arbítrio, o ser humano tem a capacidade de se arrepender de seus pecados e Deus regenera e ajuda-o a andar em uma vida de regeneração. O que é único na Teologia Anabatista, principalmente depois de Menno Simons, é a visão sobre a natureza de Cristo, possui uma doutrina semi-nestoriana, crendo que Jesus Cristo foi concebido miraculosamente pelo Espírito Santo no ventre de Maria, mas não herdou nenhuma parte física dela. Maria seria, portanto um instrumento usado por Deus, para cumprir o Seu plano.

A essência do cristianismo consiste em uma adesão prática aos ensinamentos de Cristo. A ética do amor rege todas as relações humanas. Pacifismo: Cristianismo e violência são incompatíveis. O italiano Bernadino Ochino, (1487-1546), superior da Ordem dos capuchinhos, recebera o papa a permissão para estudar os livros protestantes, com a finalidade de refutá-los, mas ao contrário foi convertido e aderiu ao calvinismo, após diversas peregrinações e travessias, indo terminar seus dias na Moravia, numa comunidade de Huteritas. Já o ex-monge beneditino Michael Satler, em 1527, trabalhou muito para a criação de uma federação de congregações autônomas de anabatistas, por esse motivo foi torturado e morto com requintes de crueldades. Diversas congregações dessa gente, os anabatistas sofreram muitas perseguições e sempre migraram em direção a América, onde se estabeleceram e continuam até hoje. Vejam o que dizem alguns estudiosos e exegetas a respeito dos anabatistas: “A Reforma Protestante do século XVI reacendeu os princípios bíblicos da justificação pela fé e do sacerdócio universal foram novamente colocados em foco”.

Contudo, enquanto Lutero, Calvino e Zuínglio mantiveram o batismo infantil e a vinculação da igreja ao Estado, os anabatistas liderados por Georg Blaurock, Conrad Grebel e Félix Manz ansiavam por uma reforma mais profunda. Os anabatistas fundaram então sua primeira igreja no dia 21 de janeiro de 1525, próxima a Zurique, na Suíça, de acordo com a doutrina e conduta cristãs pregadas no Novo Testamento e testemunharam alegremente de sua nova vida em Cristo. É difícil sistematizar as crenças anabatistas daquela época, porque qualquer grupo formado de (não) - (Protestantes e Católicos) e que batizavam adultos, como os unitários socinianos ou semi-gnósticos como Thomas Muentzer eram rotulados como anabatistas. Esses grupos, junto com os Anabatistas constituem a Reforma Radical. Em "In nomine Dei", José Saramago retrata um conhecido episódio na história do movimento anabatista que teve lugar na cidade de Münster (no norte da Alemanha), onde entre 1532 e 1535 foi estabelecida uma teocracia nas linhas das orientações desta denominação. Ver a Rebelião de Münster. Na realidade alguns batistas pensavam que eram anabatistas, mas só intuição. Vejam como é um pouco complicado reaver a história de algumas seitas e religiões que tiveram seu apogeu num passado bem recente e que com tremenda dificuldade ainda conseguiram sobreviver aos ataques da religião católica e de um ala de luteranos. Contamos com o apoio da Wikipédia e outras fontes aliados ao nosso conhecimento sobre religião, aproveitando o ensejo queríamos reafirmar que não somos donos da verdade e qualquer contestação será válida e útil, mas sempre trabalhamos na pretensão de trazer o que há de melhor para o conhecimento dos curiosos e estudiosos de religião e povos da antiguidade.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 26/08/2007
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