AtOalidades

Com o negócio do Vice tão difice, seria (a)tolice se se o abolisse? E de pensar que esse cargo já foi tão cobiçado, que nem aquela Boneca entronizada na interpretação imortal de Carlos Galhardo...Ainda segue gravada na minha lembrança aquele jingle do Jango...em 1960: Pra Vice-Presidente da República, quem vai ganhar, é Jango, é Jango, e Jangular...E deu no que deu...a vassoura de Jânio não varreu e o Breusil tumultuado caminhou pro breu vil...

E se poderia converter o Palácio de Jaburu em morada permanente, gradeada, de seu utente. Para a proteção pos-governo que há de ser permanente. Condigna?

Entrei no Palácio do Planalto um par de trincas vezes. Na primeira delas, em barrichéllica posição fui saudar um ex-chefe meu no Canadá, que se convertera em Secretário-Geral da Presidência de República. Com o Governo já formado, tive que me contentar com o anúncio quase solene de minha visita e um cafezinho em minha homenagem. Mas da derradeira, uns 25 anos depois, a frustração foi mais dorida, tanto para mim, que ciceroneava a Presidente da Agência Japonesa de Cooperação Internacional, JICA, uma senhora de 82, que após 40 minutos de espera não recebeu nem ao menos um oi do incumbente Presidente, Luiz Inácio, que incumbiu um auxiliar seu fazer as honras...pretextando falta de espaço na Agenda Oficial. Fico imaginando se tivesse sido o Joesley, então free-boy, que conseguiu essa proeza até fora da Agenda Presidencial, uma década depois. Mas aí já era outro cavalheiro, obsequioso e nada temeroso do breu da noite. Convenhamos, contudo, e contra tudo, de que sejam tão-somente estilos de governar. Afinal, entre uma e outra dose de Logan, Fernando não rayava um obséquio imperial?

E enquanto as caravanas da pre-campanha seguem, quem ladra forte e possessivamente nas areias kuwaitianas que encobrem uma riqueza incalculável, é a ícone da beleza do país das mil e uma noites, Sondos Alqattan, que não admite, em hipótese alguma, que - em conformidade com nova legislação de seu país - suas empregadas filipinas passem a ter um dia livre por semana. É o fim dos tempos, proclama, no Reino de Alá. E ainda acha uma ignomínia os patrões locais não mais poderem reter o passaporte de seus empregados...E Sondos, duns olhos de tão pura esmeralda, ou será safira, ajudem-me os não daltônicos, poderosa influencer do mundo árabe, representa a sofisticada Shiseido, por onde até o Profeta já terá soltado muito rojão no afã de ampliar o domínio do Islão...E a ironia disso tudo é que em meus quatro meses de vida no Kuwait não vi um único rosto feminino kuwaitiano em público e, nas funções palacianas, nunca além da formalidade dos cumprimentos - sem apertos de mãos...

Dias tumultuados vive a Nicarágua, em que um arremedo de reforma previdenciária levou multidões às ruas. E centenas de cadáveres abaixo da própria linha da prostração. Emblemático do desgoverno onde a radicalização só vem se agravando foi a morte recente de uma estudante brasileira, vítima do descontrole indiscriminado. E o Rio, contudo, e apesar da intervenção federal, mata mais, não fica atrás, enquanto Fortaleza, no distante e inda havia pouco, bucólico Ceará, testemunha inerte, impotente, a queima de ônibus e prédios públicos por atacado.Oh, Lord, acord...senão, senão, a gente se Ford! Hora de Já ir...?

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 31/07/2018
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