Hoje fiquei péssimo comigo mesmo. Sabe aqueles momentos de superioridade que temos e que muitas das vezes colocamos a prova a índole e a capacidade dos outros? Pois então, é assim que me senti. Estava no meu trabalho pela manhã quando derepente vem ao meu encontro um garoto de aproximadamente doze anos e me oferece uma bandeja de empadinhas para comprar. A face do menino demonstrava um certo ar de tristeza e sofrimento, mas como nos dias atuais contamos no espetáculo da vida, com verdadeiros atores a todo o momento, interpretando a situação de vida que pretendem e escamoteando a realidade, provocando assim, o sentimento de piedade e penalização, tive o preconceito que todos temos ao ver uma criança ou um adulto na rua pedindo ajuda.
Na maioria das vezes, todos nós negamos para não sermos enganados.
Tendo recebido um não como resposta, o menino transforma sua face numa mansidão de tristeza e começa a derramar lágrimas apresentando traços de choro, saindo e caminhando em direção, sabe lá Deus para aonde.
Fiquei com essa imagem na minha mente e provavelmente não conseguirei tirá-la pelo resto da vida. O que estaria acontecendo?!
Vejam a que ponto chegamos, não confiamos em mais ninguém. Até de uma criança desconfiamos, não sabemos a intenção das pessoas, não podemos confiar na índole das mesmas e por fim não sabemos mais viver.
Viver nesse mundo diverso é algo bem mais fácil do que imaginamos, nós é que complicamos. Deixamos passar as oportunidades de dialogar com outras pessoas, de aprender com elas e muitas das vezes por pequenas coisas sem alguma relevância.