A Expertise do bibliotecário

Na maioria dos eventos na área da Ciência da Informação, até pouco tempo, se falava em novas tecnologias da informação. Foi um acontecimento, ampliando o universo de atuação profissional do bibliotecário.

Hoje, no limiar do século 21, estamos com um novo paradigma, que é a Gestão da Informação e do Conhecimento nas unidades informacionais, colocando o bibliotecário no eixo das organizações como gestor público ou privado, atuando em um cenário multidisciplinar com diversos profissionais da informação, compartilhando-a, filtrando e gerando conhecimento para fins específicos. Esse é o nosso novo desafio para um profissional de caráter intrínseco, em sua grande maioria, e destemido às mudanças (alguns). Com a sua expertise (conhecimento adquirido pelo estudo, experiência e prática, e a capacidade de sua aplicação de forma adequada às demandas da função), farão a diferença.

Entretanto, antes da aplicação de nossa expertise, precisamos nos politizar melhor para podermos exercer nosso papel de gestores nas organizações, principalmente na esfera pública, onde diversas unidades de informação são conduzidas por outros profissionais de áreas diferentes, e o bibliotecário desenvolve apenas suas funções técnicas, específicas apenas de seus aprendizados acadêmicos. Somos culpados dessa situação? Por um lado, sim. Muitas vezes nos omitimos, nos silenciamos como se estivéssemos em uma aula de estatística, para apaziguar o ambiente e não criar dissabores com o próximo. Mas, por outro lado, não podemos nos condenar, não seria justo, porque não temos uma legislação específica que nos ofereça respaldo jurídico quanto à ocupação do cargo de bibliotecário como gestores nas unidades públicas de informação. Mesmo assim, nada nos impede que sejamos politizados, para podermos reivindicar as autoridades responsáveis que elaboram leis em prol da nossa profissão bibliotecária, para que possamos estar mais presentes no processo da gestão do conhecimento das organizações. Porque as mudanças na nossa profissão acontecem a cada dia, e o nosso espaço também está sendo cada vez mais ocupado por profissionais de outras áreas e, muitas vezes, não é por falta da nossa expertise, e sim pela ausência de uma unidade de grupo de uma classe que precisa estar mais atuante nos meios sócio-político, quebrando o silêncio, porque o sol se põe a cada dia, e renasce em diversas partes do planeta com raios luminosos distintos.

Marcos Soares Mariá
Enviado por Marcos Soares Mariá em 31/10/2007
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