Deus, onde você está?

Talvez essa pergunta seja feita a mais frequente no cotidiano "Onde você está, Deus?” Normalmente, essa pergunta é feita nos momentos de aflição e dificuldades. E não há pessoa nesse mundo que não tenha passado por um momento desses. Todos passam por um momento de dor, privação, por vezes até desespero e desesperança.

Há também quem a faça em momentos de reflexão, introspecção, meditação, e, nesse caso, a entonação é completamente diferente, já que neste momento não se busca a solução para uma dificuldade da vida, mas sim buscar entender a natureza divina e, por consequência, a natureza humana.

Há, por outro lado, aqueles que se dizem descrentes e fazem essa pergunta argumentando que, se Deus existe mesmo, por que ele não aparece agora, para todos, ou resolve todos os problemas do mundo? Por que Deus se esconde e não se faz presente para dirimir todas as dúvidas? Isso, segundo eles, é a prova de que Deus não existe, pois Deus deixa que haja sofrimento no mundo.

Aliás, devemos destacar que esta pergunta é feita em todos os idiomas da terra, por pessoas de todas as idades, sexo, condição social e através de toda a história.

Mas então, será que não é possível ver Deus? Ora, para alguns é impossível ver Deus. Mas para mim não é. Para mim, basta ver um animal, e ali vejo Deus. Vejo uma formiga trabalhando e ali também vejo Deus. Vejo uma estrela, e certamente ali está Deus. Mas isso, é lógico, é o reconhecimento de que existe em todo o Universo, no imensamente grande e no infinitamente pequeno, um propósito, uma programação, uma organização. E isso só existe se existir alguém que elaborou tudo isso antes. Deus.

Não necessariamente Deus tenha que ter uma forma pré-estabelecida. De fato, a grandiosidade divina permite que façamos uma imagem de Deus da forma como desejamos, ou até mesmo que não façamos nenhuma imagem, mas que o sintamos com o coração, com a mente. É possível imaginá-lo como forma humana, e isso não o diminui. É possível igualmente imaginá-lo como energia e isso não desqualifica nenhum livro.

A grandiosidade de Deus é tamanha que permite até mesmo que o ser humano aja conforme seu livre arbítrio. Nesse ponto, o argumento de que Deus deixa a humanidade sofrer cai por terra, já que o exemplo foi ensinado de como agir melhor e de como todos terem um mundo melhor. Se isso não acontece, a responsabilidade é do ser humano que fecha seus olhos, seus ouvidos, seu coração para compreender o que é preciso fazer para construir um mundo melhor. As mazelas do mundo são responsabilidade da arrogância do ser humano.

Mas a pergunta ainda persiste, “Deus, onde você está?”, a melhor forma de encontrar é procurar dentro de si próprio, em seu coração. É ali, no momento de reflexão, que será possível senti-lo.

Para os demais momentos, sobretudo os de atribulação, é bom lembrar daquela história simples, mas cheia de significado, que descreve pegadas na areia. Nos momentos mais difíceis, Deus carregou-nos em seus braços.

Se não é capaz de senti-lo, a responsabilidade disso não é de Deus, que se faz presente a todo instante. É sim responsabilidade da pessoa que se fecha à possibilidade de o contemplar.

Deus está, sempre esteve, e sempre estará em todo lugar. Basta que deixemos nossas mentes abertas para senti-lo e contemplar com os cinco sentidos o Universo que ele criou