Entendendo Exú (Umbanda)

Neste artigo resolvi retratar a Falange de Exús e Pombagiras de uma forma diferenciada. Resolvi retratar em cinco tópicos algumas coisas que são necessárias para um entendimento pessoal do leitor, tendo como bases algumas verdades e esclarecimentos místicos sobre tais seres, afinal de contas, estarei falando sobre espiritualidade, enxergando alguns por quês, algumas coisas que não estão tão óbvias assim...

É bom entendermos que Exús e Pombagiras são seres que, quando encarnados, possuíam diversas nacionalidades, diversas religiões, diversas classes sociais e pertenciam também a diversas épocas da história das civilizações. Não por serem Exús e Pombagiras hoje que necessariamente tenham que ter sido no ontem, quando encarnados, somente pessoas de vida em algum ponto marginalizada. Existe sim Exú que ontem era Bernardo, que era médico, Pombagira que ontem se chamava Stella, que foi freira. Exú que ontem era militar na Dinamarca onde se chamava Robin e hoje é Exú Tranca-Ruas, Exú que ontem era budista no Tibet e hoje é Exú Caveira, Pombagira que ontem era uma camponesa simples em Portugal e se chamava Antônia e hoje vem na Umbanda com nome de Pombagira Rainha da Calunga... enfim, chega de ver Exú ou Pombagira como algo que sempre tem um lado da vida “sujinho” ou suspeitável. Quem não teve ou tem o seu?

Suas cores são o vermelho e o preto. Como sabemos, cores são vibrações, sendo assim podemos entender que o vermelho é o princípio da energia usada pelos Exús e Pombagiras para penetrar, abrir, destrancar e movimentar as coisas, enquanto que o negro serve como absorvedor, neutralizador e protetor contra energias negativas e densas.

Fazem uso de marafo (bebida alcoólica) que serve para atrair sua energia e também para ajudar na limpeza de ambientes, consulentes e médiuns, fazendo com que a vibração negativa seja mais facilmente quebrada, não deixando muitas vezes aquela sensação de “atravancado”. Já o uso do fumo é para ajudar na concentração de energias. É mais fácil concentrar, formar um campo magnético favorável ao redor quando se usa um condensador que é a fumaça. Não bebem e fumam para satisfazer vontades carnais, eles não precisam mais disso. Fazem isso com justificativa espiritual sem precisar envenenar ou embebedar seu médium. Acredita-se que um médium sério e verdadeiro deve saber ter um senso de não se deixar embebedar na mesma proporção da sua responsabilidade que tem perante ao seu serviço de orientador. É necessário para nós e não para eles. Se não fosse útil contra energias negativas que eles (Exús e Pombagiras) conhecem e afastam tão bem, com certeza não usariam mais tais coisas.

O simbolismo usado por esse povo é o tridente, que nada tem a ver com a manifestação do diabólico. Simboliza sim a sabedoria (Grécia), o poder de comandar, sendo o inicio e o fim, destruindo o que é desnecessário (Índia) e também representa a manifestação das três polaridades, captando o negativo, neutralizando-o e transformando em positividade impulsionadora. Serve também como um símbolo de alerta e como boa ferramenta para espantar os espíritos trevosos e quiumbescos que por ventura tentem fazer alguma “gracinha” nos ambientes guardados por Exú.

Geralmente usam uma gargalhada que os identifica como Falange, a famosa “ria-a-a-a-aaa”... Isso não é porque estão felizes ou para amedrontar. O som emitido gera uma cor específica no ambiente que atrai a vibração desse povo e também, quando necessário, causa uma ruptura abrindo e/ou fechando “portas” no plano espiritual.

Bem, como podemos notar, a coisa é mais séria e fundamentada do que aquilo que podemos imaginar.
Mais respeito e entendimento sobre esse povo.

Laroiê Exú !

Gira girê Pombagira !

Exú é mojibá !

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Ulisses Júnior
Enviado por Ulisses Júnior em 05/11/2007
Reeditado em 22/07/2011
Código do texto: T724200
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