Minha ideologia é o Estado de bem-estar social

Minha ideologia não é a esquerda nem a direita, é o Estado de bem-estar social. Onde são garantidos os direitos mínimos aos cidadãos à educação, saúde, habitação, renda e seguridade social, através do Estado assistencial. Paralelamente à prestação de serviços sociais, o Estado do Bem-estar passa a intervir fortemente na área econômica, de modo a regulamentar praticamente todas as atividades produtivas a fim de assegurar a geração de riquezas materiais junto com a diminuição das desigualdades sociais. O Estado de bem-estar social não prega uma economia capitalista de caráter extremamente liberal, o que gera profundas desigualdades sociais, nem prega a estrutura do socialismo fechado não- democrático.

O Estado age como protetor social e organizador da economia, em parceria com outras forças como empresas privadas. A grande questão é que o Estado assume o papel de garantir os serviços públicos de qualidade e proteção da população.

Mas esse modelo existe? Sim. Nos países escandinavos como Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia. O professor e jurista Luiz Flávio Gomes diz em um de seus artigos que esses países nórdicos juntamente com outros países raros, como o Canadá, formam uma "ilha" (no planeta) de resistência e de relativa prosperidade. São os países com menores taxas de homicídio, com melhores índices de bem-estar, com menores desigualdades, com as melhores notas relacionadas à economia, etc. Mesmo assim são atacados pelo neoliberalismo que tem o papel de liquidar essa forma de Estado.

"Quando vemos tantas desgraças e crises disseminadas pelo mundo inteiro, marcado pelo progresso, mas também pela injustiça, pela fome e pela miséria, por que não paramos para refletir sobre o oásis do Bem-Estar social?"

Dá para progredir garantindo os direitos humanos? Dá! Já temos os exemplos. A grande questão é como fazer uma sociedade sociopata refletir sobre isso, deixando de lado a luta do ego do "nós" contra "eles"? Como disse Leandro Karnal em Todos contra o ódio, nós somos o puro bem que buscamos amparo no grupo que pensa como nós e os outros são o lado ruim da sociedade, que pensam diferente de nós e deveriam ser eliminados.

Somos narcisos carentes que detestamos contradição. E enquanto não quisermos conhecer a nós mesmos combatendo esses traços traiçoeiros do ego, continuaremos sendo manipulados pelos "falsos profetas". E a próspera ilha continuará sendo apenas um sonho.