Deus está triste!

Independente da crença, todos nós acreditamos em algo superior. Se nos admira o homem explorar o universo construindo naves espaciais capazes de passar meses longe da terra, imagine a perplexidade que nos causa a formação da vida. Como pode a união de um espermatozóide com um óvulo tranformar-se em um ser vivo? Seres capazes de pensar, criar, emocionar e destruir, porém, nunca capazes de impedir a chegada do dia da partida. Com toda tecnologia atual, ninguém ainda conseguiu a fórmula da vida eterna.

Por mais que entidades ecológicas gritem por socorro em nome da terra, milhões de homens insanos evitam ouví-los, como se o poder de impedir a morte estivesse ao seu alcance. O derretimento dos pólos pelo superaquecimento da terra, causado pelo efeito estufa, é o início do final da vida na terra, acreditem ou não, o fato independe das nossas convicções religiosas. Iremos partir juntos, católicos, crentes, budistas, espíritas e ateus.

O homem vem sofrendo um processo de morte moral muita rápida, o que tem levado ao desprezo os problemas fundamentais para a manutenção do seu habitat natural.

Hoje não se mata mais por ideologias. Embora seja uma atitude não justificável, ao menos pode ser defendida como tese. Matar atualmente, tornou-se uma diversão. A vida passou a ser algo tão desprezível, que a minha própria não é mais minha. Eu não tenho opção de querer ou não permanecer vivo. Mesmo que eu opte por viver, um outro qualquer pode decidir ao contrário e me privar do que escolhi por um motivo fútil.

A perda dos princípios morais é o carro chefe desta ensandecida corrida para o nada. Os políticos de hoje não pensam mais no sorriso do povo. Fazem acordos dentro e fora dos bastidores para tentar enganar eles mesmos, já que o povo que citei, já nasce enganado; os homens da lei não são mais como os xerifes dos filmes de cowboy do velho oeste. Eles não têm mais a estrela de prata no peito. A conivência é o seu colt 48. Os seus tiros não são mais certeiros naqueles bandidos que assaltavam as diligências. Quase sempre, eles nem atiram. São juristas analfabetos, presos a favores e benesses e são os seus estagiários que matam as esperanças de justiça; os governantes alimentam no gabinete o seu ego. Colocam assessores politicamente adaptados e funcionalmente incompetentes. Calçam ruas e não fazem os esgotos; constroem escolas e não pagam aos professores; reformam os hospitais e não compram equipamentos; dizem que vão acabar com o crime e não armam a polícia; querem transporte para o povo e aumentam as passagens de ônibus. Tudo é hipocrisia. Uma mentira repetida que se torna uma verdade inabalável. Onde anda a vara da infância e da juventude que não vê nos sinais as crianças pedindo dinheiro ou limpando vidros de carro? É melhor estarem trabalhando do que roubando. Esta é a minha opinião. A lei não diz assim. Então, cumpra-se a lei. CD/DVD pirata é comprado até pelo Presidente da República. Uma nota cínica tenta justificar a transgressão como um equívoco. Alvará pra quê? Qualquer canteiro pode ser transformado em barzinho. Um porquinho, uma garrafa de cachaça, alguns banquinhos e um som, são suficientes para embalar o errado, já que o lixo, as sobras da comida e a cheirosa urina, ficam fazendo parte da decoração de nossa cidade; crianças são roubadas, jogadas em rios, estupradas, drogadas e infelizmente ou felizmente são mortas todos os dias.

Os três poderes transformaram o erro em normalidade e nós mortais aprendemos a lição. Um aprendizado de custo muito alto. A sociedade se engalfinha em busca da mídia. Não importa se o carro foi comprado fiado e as prestações estão atrasadas, a finalidade é mostrar que você tem um carro importado. De que vai valer todo o ouro quando o dia chegar? Orientar os filhos para o peso da vida em comum é desnecessário, desde que o pretendente seja de família famosa ou rica. Não importa o sofrimento do percurso; O famoso chifre virou moda, segundo os nobres, o que não foi visto não foi sentido. Existe até a troca de casais em motéis; o mais admirado não é aquele que não rouba e sim o ladrão que roubou sem ser descoberto; prédios caem, destroem sonhos, separam famílias e as construtoras continuam de pé. Assim caminha a humanidade.

O que fazer com tanto vulgarismo? Como consertar o que ainda resta?

Independente das crenças precisamos consolar o criador. Fazê-lo parar de chorar, pois, suas lágrimas serão capazes de provocar outro dilúvio na terra e, desta vez, mesmo que ele procure minuciosamente, já não haverá mais madeira para construir uma outra arca, os animais estarão extintos e o Noé atual ainda estará desaparecido vítima de um seqüestro.