Todos dias caminho pelo bairro do Saldanha , em Lisboa, e sempre encontro um rosto diferente. São indianos, africanos, brasileiros ou chineses. Quantas histórias traz esta gente.
Quando caminho pelas ruas do Saldanha, vejo tanta esperança e tanta tristeza nos olhares ; são pessoas em direção à Loja do Cidadão, outros saem dos charmosos hotéis do bairro enquanto outros buscam os coloridos e modernos acessórios e roupas das lojas da região.
Penso nestes rostos que vêm de outras pátrias tentar a sorte. Qual sorte? Uns, turistas, vêm o melhor do país, outros oriundos das mazelas sociais dos seus países, já fadados desde a infância a lutar pela sobrevivência , deixam atrás sua família, suas crenças, sua cultura, sua língua, em busca de melhores condições de vida.
Lembro-me quando mudamos do interior do sul do Brasil para Porto Alegre, a capital, senti também esta imensa falta de acolhimento.
Atualmente , temos a internet que possibilita a aproximação e contribui para o imigrante manter os laços afetivos do país de origem. Um dia de abril , em Lisboa, dentro de um carro de aplicativo Uber, observei o motorista interagindo no whatssap , através de vídeo , com familiares que estavam em um país asiático. Que interessante a tecnologia, pois aproxima e mantém os vínculos quando bem utilizada.
Enfim, cada pessoa tem uma motivação diferente para imigrar . Quando imigramos vencemos não só as barreiras geográficas mas também os medos, mudamos por diferentes motivos , uns por reagrupamento familiar, outros por questões políticas ou sociais. É nas vicissitudes que crescemos e nos tornamos o que devemos ser.