O TEMPO DE TEMPESTA

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

O Cardeal Tempesta, um dos eleitores e ou um dos candidatos a ocupar a cadeira na sucessão do Papa Francisco, está fazendo visita apostólica na Paraíba em 25 de setembro de 2022 (segundo as redes sociais) e tendo como palco de sua pregação evangélica a cidade de Cruz do Espírito Santo/PB, gestada pelo vigoroso padre Cicero (que não é o futuro Santo Romão Batista, porém, é também natural do Ceará), que vem aos troncos e barrancos, fazendo rifas e mais rifas de objetos doados pela população local e ou não, uma boa e justa causa, arranjando assim recursos financeiros, receitas para custear as despesas daquele grandioso templo católico e aos poucos vem restaurando o imponente prédio da Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, obra dos fins do século XIX, uma vez que a primeira tesoura teve sua bênção solene no dia 18 de abril de 1885 e como madrinhas as senhoras: Maria Cavalcanti Vasconcelos (esposa do Major Ursulino Vasconcelos, dono do Engenho Itapuá) e Córdula Fernandes de Carvalho dos Anjos (esposa de Alexandre Rodrigues dos Anjos, dono do Engenho Pau D’Árco, pais do poeta internacional Augusto dos Anjos).

É possível que a deferência existencial da passagem ou visita formal do Cardeal Tempesta pelo solo paraibano tenha haver, ainda que por analogia aos "Atos dos Apóstolos", contidos na Biblia Sagrada, que continua sendo escrito, ainda nos dias de hoje, embora "in memoriam" aos dois pilares máximos da Igreja Católica Apostólica Romana, representadas pessoas de São Pedro (aquele que negou não conhecer Jesus diante do Tribunal que o condenou a ser torturado antes de ser assassinado na Cruz da humanidade santa e pecadora) e de São Paulo (aquele que cobrava impostos e perseguia os cristãos), agora ambos transformados pela conversão em “pedra” e “coluna” na defesa da fé, porque a perna "direita" de um é a perna "esquerda" do outro para permanecer ereto rumo ao paraíso do Jardim do Edém celeste negado a Adão e a Eva, por serem livres e terem escolhido comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, a reconhecer gratuitamente o amor de Deus, enquanto seu criador, motivo pelo qual foram expulsos do paraíso, entrou assim o pecado e a morte no mundo A comunidade cristã nas falas de Pedro e de Paulo, enquanto realidades vivas, ambas se completam, e "uma" não existe sem a "outra" para justificar e defender a fé cristã de que Jesus Cristo ressuscitou e é o Salvador da humanidade, basta crer e for batizado. Pelo contrário, a confusão seria semelhante ao mar sem água ou o universo sem nuvem e a atmosfera que sustenta os astros e o próprio astro rei o "sol", que não ilumina o mundo simultaneamente, motivo pelo qual Deus criou o dia e a noite para atender a distância existencial dos polos "norte" e "sul" e os fusos horários diferentes, bem como a instituição dos movimentos de rotação e translação, ambas como se fosse à mão de Deus abanando ou brincando com a própria criação, jogando para cá e para lá. Uma espécie de balança mais não cai, mantendo tudo suspenso para a humanidade vê e nada precisa fazer. É a "Arquitetura Real Celestial", desafiando a engenharia de obras feitas e ou acabadas e inacabadas.

O Grande Arquiteto do Universo não usou matéria prima que a o tempo destrói com o passar do tempo, ela permanece infinitamente como modelo único, porém, multifacetado com as cores e os viés que o Criador quiser aqui e acolá, no instante, sem sair do lugar, sem necessidade de escadas, andaimes e de artífices de quaisquer espécies e muito menos da inteligência humana que escolhe prego, parafuso, colar, lixa, madeira, barro, gesso, cores e adereços que antes de concluída a obra começa a mudar de cor como camaleão de cemitério que se alimenta de cadáveres em estado de putrefação. Enquanto isso, o sol queima e o vento sopra a poeira da várzea em forma de fuligem evaporada da palha de cana de açúcar queimada, amenizada pelo espelho d'água do Rio Paraíba que "fotógrafa" e "filma" para a posteridade a restauração da Igreja Matriz do Divino Espírito, obra do tempo presente da gestão do Padre Cícero Salvador, seu benfeitor com a presença do Cardeal Tempesta, aos olhos do honrado Arcebispo Dom Manoel Delson, ambos avaliados pelo imaginário popular da fé católica. Viva Cruz do Espírito Santo e seu generoso povo.

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REFERÊNCIAS

AGUIAR, Francisco de Paula Melo. Monsenhor José João, 50 anos depois. Recanto das Letras, 2016. Disponível in.:< https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6387590>. Acesso em 25.set.2022.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 25/09/2022
Reeditado em 25/09/2022
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