A Umbanda e o Natal

Muitas pessoas me perguntam se, pelo fato de ser umbandista, comemoro ou não o Natal.

A resposta é simples e muito pessoal, acho até que não se deve ao fato de ser umbandista, pois alguns irmãos na religião podem perfeitamente pensar diferente (como muitos pensam). Com isso, é necessário dar algumas explicações quanto a minha resposta: SIM e NÃO.

SIM porque:

entendo que o dia de Natal é um dia para reflexão de nossos atos, assim como todos os outros devem (ou deveriam) ser também.

Ao meu entender, a atmosfera que envolve este dia (mesmo que para alguns seja triste), estimula uma atitude positiva e de confraternização.

NÃO porque:

não considero esta data como o nascimento de Jesus. Não tenho como acreditar, depois de um pouco estudar, buscar, ler e comparar fatos na história (fatos inclusive da própria Igreja Católica), que Jesus - o Cristo, teria nascido realmente no dia 25 de dezembro. Portanto, não posso compartilhar de um pensamento católico com o qual não concordo e questiono, inclusive.

Percebo também que existe uma capa de "amor, luz e compaixão" que paira no ar neste dia (dito como santo) e envolve a maioria das pessoas. Hipocrisia. As pessoas passam a maior parte do ano sendo o que são e ao chegar neste dia, a impressão que me dá (impressão não, certeza) é que devemos "amar para sermos amados, perdoar para sermos perdoados, dando para recebermos", quando na realidade não se percebe um esforço sequer durante os outros 364 dias do ano para que tais coisas realmente aconteçam e se concretizem.

Observações do autor

Posso parecer incoerente. Meu discurso pode soar como revolta ou indignação, mas não é isso.

Quando digo que entendo ser um momento para uma atitude positiva e também para uma confraternização, quero dizer que podemos muito bem aproveitar a ocasião para buscar um entendimento com o outro (ou outros). Não somente fazermos o que é feito: um teatro, uma grande representação, onde os atores somos nós e o coadjuvante é Jesus, usado como pano de fundo para tais representações.

É uma pena isso acontecer. Mas acontece.

Quantas e quantas pessoas você conhece que agem justamente desta maneira? Quantas estariam representando e mascarando um sentimento que não existe e, pior, alimentando nas mentes mais fracas ou nos corações mais desavisados esta ilusão de ser uma pessoa "boa, justa e verdadeira"?

Não se trata de desconfiar de tudos e de todos. Nem podemos. O caminho não é este.

Trata-se de obter mais experiência através da análise crítica e da observação constante dos fatos e das atitudes alheias.

Não podemos e não merecemos (os bons de coração) pessoas que não venham acrescentar em nada. Ao contrário, somente nos usam e tentam extrair o que de melhor nós temos.

É preciso estar vigilante, sempre.

Especialmente nestas épocas de fim de ano...

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Conheça os meu livros: "Visões de um aprendiz" e "Visões de um aprendiz na Umbanda".

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Ulisses Júnior
Enviado por Ulisses Júnior em 04/12/2007
Reeditado em 09/02/2010
Código do texto: T764658
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