PERDAS & REFLEXÕES.
Navegando pela Jornada da Vida.
A vida é feita de sucessivas perdas. Ao nascer, o homem perde o aconchego, a segurança e a proteção do útero da mãe e, a partir de então, passa a viver por sua conta, sozinho, nos braços do mundo que, da mesma forma que o acolhe, o assusta...
Com o desmame, o homem perde o colo materno; depois o corpo infantil, a puberdade, a juventude, a condição civil, o emprego e a velhice; ao final, perde a vida e encontra-se com a morte.
É uma sucessão de perdas num processo involuntário e determinante da natureza, que dá a cada um experiência neste percurso, deixando perguntas, mostrando respostas, esclarecendo dúvidas e, acima de tudo, trazendo verdades.
Sobre as perdas, como disse Lya Luft, só há um jeito: perdê-las. Com os lucros, o proveito é saborear cada um como uma boa fruta de estação.
Portanto, sábio é aquele que sabe fazer um balanço da vida e percebe que tem menos tempo pela frente do que já viveu até agora; que possui mais passado do que futuro e a certeza de que o tempo já vivido não se recupera. O tempo se foi.
Pessoas sábias acumulam o que é eterno e descartam o que é efêmero. Não desperdiçam tempo e investem na busca da felicidade, na redução do sofrimento e no alívio das dores da existência.
Vivemos numa sociedade que nos incentiva a planejar o futuro enquanto negligenciamos o presente, como se tivéssemos garantia de que viveríamos o futuro conforme planejado.
Às vezes, parece que quanto menos possuímos, mais infelizes nos sentimos nesse modelo. Há duas maneiras de alcançar a felicidade: adquirindo mais ou desejando menos.
A vida é uma escolha, a perda é inevitável, e a decisão é sua.
Manoel Lobo.