“O Brasil quer deixar de ser importador”                     

 

 

Lula, na inauguração do Complexo Mineroindustrial: “O Brasil quer deixar de ser importador”

“Se quiserem investir em um país que vai crescer, que vai ser de fato o celeiro do mundo, podem investir”, afirmou Lula, nesta quarta (13), durante abertura da nova fábrica de fertilizantes da empresa suíça EuroChem, em Serra do Salitre (MG)

Publicado em 13/03/2024 16h03

 

 

Crédito da foto(grafia)   :   Ricardo Stuckert

 

 

"No ano passado foram US$ 25 bilhões que pagamos para importar fertilizante, um dinheiro poderia ter sido pago para empresários gerarem empregos", lembrou Lula, no evento desta quarta-feira (13)

 

 

O presidente Lula inaugurou nesta quarta-feira (13) o Complexo Mineroindustrial da empresa suíça EuroChem em Serra do Salitre (MG), um investimento estratégico para diminuir a dependência externa e, com isso, aumentar a soberania e a segurança alimentar, além de gerar emprego e renda.

 

A produção de um milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano para a agricultura brasileira representa um aumento de 15% da produção nacional, com recursos de US$ 1 bilhão e geração de 1.500 empregos.

 

“Se quiserem investir em um país que vai crescer, que vai ser de fato o celeiro do mundo, podem investir porque o Brasil quer deixar de ser importador”, apontou o presidente.

 

 

O diretor global da empresa, Oleg Shiryaev, afirmou que a produção dará estabilidade e confiança para o Brasil e que a EuroChem quer mais projetos no país.

 

“O Brasil está em uma fase excepcional. Nós já plantamos tudo o que a gente tinha que plantar, já adubamos a terra jogamos a semente. Este ano é o ano da gente colher o que foi plantado”, assinalou Lula, ao revelar que há previsão de investimento de R$ 220 bilhões em energia renovável nos próximos anos.

 

O presidente disse ainda que o mundo inteiro está de olho no Brasil e classificou o país como “imbatível” por considerar ser quase impossível outro país ter e oferecer a mesmas oportunidades.

 

 

“Eu sou otimista”, declarou, ao citar que nunca antes na história do Brasil, nem mesmo quando Juscelino Kubitschek trouxe a indústria automobilística, houve o anúncio de tantas empresas automobilísticas que vão investir R$ 17 bilhões até 2027.

 

“Estamos voltando a crescer e o Brasil não vai jogar, no século 21, a chance que jogou fora no século 20.

 

Queremos que se transforme num país rico, que não precise ter programas assistenciais”, destacou o presidente, ao enfatizar a meta de criar uma sociedade de padrão médio de consumo.

 

O presidente lembrou ainda dos “três eventos magnânimos”, que são o G20 em novembro, a reunião dos Brics e a COP30 em Belém no ano que vem ao finalizar seu discurso diante do vice-presidente Geraldo Alckmin, do governador de Minas, Romeu Zema, dos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Agricultura, Carlos Fávaro; de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da secretária de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, deputados federais e estaduais e do prefeito de Serra do Salitre, Paulo Silveira.

 

Presidente questionou fechamento de fábricas

 

Lula questionou o fato de o Brasil não ser autossuficiente na produção de fertilizantes ao assinalar que não existe arma de guerra mais importante do que o alimento, que garante a sobrevivência de todas as espécies.

 

“Se o alimento é tão importante e o fertilizante é tão importante para a produção desse alimento, a pergunta que fazemos é por que um país com a vocação agrícola que tem o Brasil já não se transformou num país auto suficiente? Por que tantas vezes se negou a esse país ter as coisas um país soberano não pode abrir mão de ter?”, questionou, ao listar as muitas fábricas fechadas.

 

Além de uma no Paraná, o Brasil fechou uma fábrica na Bahia e outra em Três Lagoas, que era fabricante de ureia e foi construída em seu segundo governo. No final do segundo mandato, faltava 15% para ser concluída e está até hoje parada.

 

“Precisou acontecer uma guerra entre Rússia e Ucrânia para que despertasse a certeza de que o Brasil precisa fazer fertilizante”, apontou, ao falar do cerrado que, depois do manejo correto, passou a ser o lugar mais produtivo do país.

 

“No ano passado foram US$ 25 bilhões que pagamos para importar fertilizante, um dinheiro poderia ter sido pago para empresários gerarem empregos, salários e qualidade de vida”, registrou Lula.

 

Brasil é solo fértil para investimentos, diz ministro

 

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin avaliou que o Complexo de Salitre é importantíssimo para o Brasil deixar de importar e aconselhou a Eurochem a investir mais, diante dos bons indicadores que a economia brasileira alcançou com o governo do presidente Lula.

 

O ministro Alexandre Silveira informou que assinou portaria que institui o Plano Decenal de Mapeamento Geológico para levantamento de recursos minerais e destacou que o novo empreendimento da EuroChem significa mais competitividade para a agricultura brasileira. “O Brasil é solo fértil para investimentos, tem estabilidade social e política e respeita contratos. Num omento em que Lula reabre o diálogo com o mundo.

 

O ministro da Agricultura Carlos Fávaro salientou que fertilizantes são fundamentais para o crescimento sustentado da economia, e que sua produção significa soberania nacional, além de geração de emprego e oportunidades no campo.

 

Gustavo Horbach, diretor presidente da EuroChem para a América do Sul, também salientou a importância das parcerias e entre as três esferas de poder na garantia da produção de alimentos para a segurança alimentar e a redução da dependência da importação de fertilizantes.

 

O prefeito de Serra do Salitre Paulo Silveira destacou que o empreendimento é um capítulo crucial na jornada de desenvolvimento econômico e social da cidade e região e que a parceria entre setor público e privado é um modelo a ser seguido.

 

Mulheres são 30% dos funcionários da EuroChem

 

Considerado o maior e mais moderno investimento global dos últimos anos da EuroChem, a obra do Complexo de Serra do Salitre em Minas Gerais é o primeiro da empresa ora da Europa e tem 30% de mulheres no seu quadro de funcionários. “É um ato de coragem, é um ato de responsabilidade que merece os nossos aplausos”, disse o presidente, citando a aprovação no Congresso Nacional da lei que garante salário igual entre homens e mulheres.

 

“Mas pasmem que tem empresário recorrendo à Justiça para não pagar!”, desabafou o presidente, ao pedir às mulheres que lutem por seus direitos.

 

Da Redação