CARTÓRIOS E PARASITAS ASSEMELHADOS.

Em seu texto, o Sr. Elysio Lugarinho Netto questiona a importância dos cartórios, entre coisas que não compreende. Respondi, em termos jocosos, as dúvidas que ele apresenta. Mas resolví pensar um pouco sobre os cartórios.

O que são essas instituições além de "capitanias hereditárias"? Temos, desde nossa "descoberta", ainda a cultura das capitanias. Alguns - sempre os amigos do Rei - recebem-nas por "serviços prestados". Embora hoje sejam disputados, os cartórios, em concursos públicos, ainda assim são destinadas exclusivamente aos advogados. Uma dessas reservas de mercado tão a gosto das corporações de ofício.

Temos então cartórios para tudo. Um de registros de nascimentos, casamentos e mortes. Outros, para o escrituração de imóveis. E outros ainda para o registro dessa escrituração, certamente partindo da premissa que os que fazem as escrituras não são honestos. Quem julga os outros como a sí próprio...

Curiosamente, os nascimentos, casamentos e falecimentos não precisam ser ratificados por registro subseqüente. Isso deve dizer alguma coisa sobre a formação da elite econômica, deixando clara a supremacia do patrimônio frente a importância da vida humana!

Preversa inversão de valores...

Uma atividade de transferência de renda, apenas. Saqueia-se o bolso de A para satisfazer o bolso de B. Gerando nada! Nenhum produto ou serviço que sirva ao nosso empobrecido PIB.

E como gostamos, acima de tudo, de atividades apenas trasnsferidoras de renda. Vejam aí os mais variados tipos de intermediários, alguns com nomes pomposos como Técnico em Transações Imobiliárias, outros chamados apenas de despachantes.

O que geram? Um custo adicional, apenas. Não fazem nascer um único pé de milho, uma riqueza agrícola. Não produzem um único prego, uma riqueza industrial. Nada do que fazem pode ser exportado, trazendo as tão necessárias divisas. Nada do que fazem pode ser descrito como um "salto tecnológico", um desenvolvimento científico ou qualquer outro ganho real.

Mas eles estão aí, embutidos no que modernamente se chama custo Brasil.

Alguém, com mais conhecimento de causa e boa vontade poderia desenvolver melhor esse assunto.