A arte da mentira e da falsidade

Alguém muito inteligente inventou que antes, durante e depois de ocasiões especiais deve haver um discurso. O problema é que todos os tipos de mentes, ricas e pobres, ocupam-se do precioso tempo dos outros para derrubar palavras como quem atira um papel amassado no lixo, assim de qualquer jeito. Uma alternativa seria jogar o discurso de alguns políticos no lixo. Esta classe extremamente idônea inventou a arte dos discursos enfadonhos, mentirosos, e falsos. Sim, foi ironia a utilização do termo idoneidade. Pergunte a 10 políticos seu significado e continuará em dúvida. Se questionar sobre ética, bom, então pode esquecer. Com certeza, vai vir um enorme discurso que mais vai parecer conversa de bêbado em final de festa, uma coisa totalmente sem sentido e propósito. Tudo bem que alguns até se esforçam para não parecerem completos boçais, mas mesmo assim seu desempenho é lamentável.

Afinal, o que é um bom discurso? A tal ideologia aponta que quanto mais verdadeiros os ideais, mais diretas as palavras, maior será a chance do indivíduo atingir seus interlocutores diretamente no pensamento. São poucos que sabem como prender a atenção. Ser cordial com todos, citar nomes, é um grande risco. Sempre, em toda solenidade, um destes candidatos esquece o nome de alguém. Político cometer gafe é imperdoável, desviar dinheiro até não tem problema, mas esquecer o nome do amigo da irmã do vice-presidente do clube tal... Ah, não, isso não pode!

De discursos ruins o Brasil está cheio, e nem precisa ir muito longe. Até o cara que assume o comando do time varziano acaba se metendo a discursar e lá vem um monte de asneiras. Mas o pior mesmo são estes pseudopolíticos inventados pela ignorância do povo. Seus discursos enfadonhos são dolorosos aos ouvidos, sua incapacidade de evitar que as pessoas bocejem durante seu tempo de fala é tão primitivo. E eles continuam lá, inconscientes do mal que estão causando. Além de falsos e mentirosos da pior espécie, pois suas famílias com certeza estão assistindo, desapontadas, as barbaridades que o candidato despeja, são também enganados por suas próprias idéias, seus sonhos ambiciosos de ser o poder absoluto. Sim, porque na verdade, todo político gosta de pensar que tem o mundo na barriga, e alguns de tanto que roubam é bem capaz de o terem. Estas palavras poderiam dar um belo discurso. Será? Basta que quem o ler acredite nelas.