Fernando Pessoa: Navegar é preciso, viver não é preciso

O que Fernando Pessoa, quis nos mostrar com essa frase, " Navegar é preciso, viver não é preciso"? Se falarmos em "precisão" e não de necessidade ,poderíamos imaginar puramente uma navegação em que navegar exigi-se um conhecimento calculado, medido e previsível,já em relação a vida não temos nada de preciso. A vida é incalculável no sentido de momentos, decisões e medidas.A vida não é exata, não é precisa... Não sabemos como será o dia de amanhã, ou quando morreremos... Ainda assim, vou percorrer por um caminho mais distante, na amplitude para um pensamento filosófico e metafísico em que Fernando Pessoa nos coloca e passaremos a analisar quatro questões: A fuga de si mesmo; (Existencialismo) : O existencialismo considera cada homem como um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino; Fuga do impossível; (Morte); O pensamento chamado (vida); O grande mistério de ( SER), e principalmente de nos aceitarmos e nos valorizarmos.

Em um raciocínio analítico "Viver não é preciso, o que é preciso é criar". Quando nos valorizamos em vida, temos o poder nas mãos de nos aceitarmos como somos, de sermos uno e o resultado disso é a criação. Não devemos nunca nos deixar destruir, devemos sempre criar e recriar o impossível de nós e para nós.Devemos abandonar a mesquinhez, os falsos projetos, a falsa ilusão, a falsa crença para apostarmos no que temos de melhor em nós. Sei que somos humanos o bastante para necessitarmos a todo tempo de perguntas com respostas rápidas e ligeiras, que possam então nos levar ao mundo real e com isso deixamos de pensar em nossa imortalidade. Mas o que devemos criar para deixarmos ao mundo? Que contribuição poderemos deixar aqui na Terra aos que ficaram e aos que virão? Por isso o exercício da criação deve estar sempre presente em cada gesto, em cada amanhecer. A existência nos ajuda para isso se não passarmos a vida simplesmente por viver. Viver é existir de todas as formas.Para viver, não basta ver, ouvir, pensar e falar, pois estas são manifestações da existência. Para viver, é preciso sentir, mergulhar em si mesmo e sair. É o olhar e ver. Quem apenas existi sem viver, estagna em vida.Seja qual for a interpretação que se queira dar ao tema citado: "Navegar é preciso, Viver não é preciso" num conflito de ambíguas interpretações opto pela idéia de achar que "Viver não é preciso, o que é preciso é criar" e aceito o desafio de defender essa frase que além de me comover me anima,pois a criação é pra mim o sentido que o homem precisa para a sua existência para achar respostas e perguntas metafísicas que sempre fazemos, em qualquer tempo , sob qualquer céu:O que somos? Para onde vamos? De onde viemos? Por isso devemos importar menos com o destino e muito mais com a nossa navegação.