Eu colunista?

Uma das coisas mais complicadas do mundo é assumir responsabilidades e confesso que senti um certo glamour e pressão ao começar a escrever colunas para o Jornal do Povo, substituindo colunistas. Logo vi que provavelmente minha opinião e idéias teriam repercussão e causariam o desconforto de uns e até mesmo admiração de outros. Realmente isso acontece, e já não me preocupa mais agradar a gregos e troianos, na verdade estou aprendendo dia após dia que o importante é saber analisar cada situação minuciosamente para extrair uma verdade conveniente para quem lê estes escritos.

No entanto, com uma opinião imatura e que muitas vezes não vai a fundo nas questões, a informação ou história enviada para os leitores nem sempre é uma jóia, ao contrário, parece uma afronta. Basta lembrar de quando falei sobre uma bebedeira, houve um belo burburinho pelas vielas da gloriosa Cachoeira do Sul, uma cidade que ainda não aprendeu a lidar com o tema crescimento sustentável. Nosso município ainda é um ignorante, a ingenuidade impera porque há opiniões de todos os lados sobre os assuntos polêmicos, mas solução e a efetiva ação para o acerto dos problemas não existem. E se existem foram esquecidos em algum arquivo histórico, porque não se preserva nada aqui, Cachoeira não guarda as fotos de seus avós, não sustenta sua história, não alia seu desenvolvimento à preservação ambiental, cultural e histórica. Incrível pronunciar a palavra cultura em um município onde sequer existem apresentações teatrais, apenas a cortina política que se abre de tempos em tempos com atuações que normalmente são comédia.

Uma das coisas mais incompreensíveis ainda, para este jovem repórter e pseudo-escritor é o fato de um veículo de comunicação como o Jornal do Povo, com 79 anos de história, colocar um guri de 23 anos de idade (como dizia meu pai, homem é depois dos 30) entre as figuras de grande visibilidade e importância da cidade. Apenas para citar alguns, os que leio regularmente, promotor João Ricardo Tavares e seus textos concisos e bem direcionados, procurador jurídico do Município, Julio Mahfus, alinhavando escritos e análises políticas (agora não muito – vide multa), o engenheiro florestal Eduardo Minssen, que se autodefine como um ex-incendiário, além de empresários como o Paulo Sanmartin e Ronaldo Tonet, o "doutor" Armando Fagundes, enfim, um timaço de personalidades que se destacam por seu trabalho e participação social em nossa Cachoeira. Cheguei a pensar que o Liberato havia enlouquecido ao me colocar como colunista interino, mas preciso agradecer a oportunidade pela confiança, mas ressaltar que não deixarei de expor minha opinião quando estiver neste espaço.