ABORTO DE PROVETA

Não me ocorreu quem é o autor da citação de que “O direito à vida é o primeiro dentre todos os direitos, pois quando a vida é eliminada, também desaparecem todos os outros direitos da pessoa humana.”, que me inspirou este artigo.

No dia do julgamento por Ação Direta de Inconstitucionalidade da Lei da Biossegurança, eu estava tranqüilo por pensar que fiz a minha parte participando de debates, me incluindo em abaixo-assinados reais e virtuais, para que ela não fosse aprovada, pelo menos no que diz respeito aos humanos.

Vi muita gente emocionada, chorando com a sua aprovação. Em vez disso, lamentei.

Quanta gente estava nas dependências do Supremo Tribunal Federal, deficientes da mente ou não, esperando a aprovação definitiva da lei ilusória, como se o fim das suas agruras tivesse dia e hora para acabar.

Muitos dos que estavam ali, infelizmente não foram esclarecidos, mas sim, iludidos pelas esperanças geradas por expectativas desonestas e manipuladas da nova lei.

Embora o STF ainda não tenha reconhecido as células-tronco embrionárias como cidadão ou pessoa humana, ele estará ratificando, que muitos crimes de assassinato foram cometidos no Brasil, por abortos e manipulação das células, se reconhecidas como pessoa humana, pois ele não esta criando uma nova lei.

O STJ está julgando uma ação de inconstitucionalidade baseando-se nas leis já existentes e em vigor, a partir da Constituição de 1988.

As células-tronco, de acordo com as mais altas autoridades da ciência, ainda não possuem diferenciação entre pele e músculo, o que conseqüentemente não podem gerar outro órgão, e mais, aquelas da medula óssea e do cordão umbilical geram alguns tecidos do corpo, tão somente.

O Senado Federal pré-aprovou a lei que permite a pesquisa com células-tronco, de embriões in vitro e congelados há mais de três anos, com a ressalva da autorização prévia dos pais. Esses mesmos embriões, ao completarem quatro anos de congelamento, devem ser descartados.

Alguns simples mortais ficam se perguntando se não seria mais lógico, antes de descartarem esses embriões congelados, discutirem uma fórmula que regule a sua produção para fins de reprodução humana?

O contra argumento que outros usam é o de que por serem leigos no assunto, estariam contribuindo para obstruir o progresso da ciência.

Ora veja, justamente por isso é que por questões filosóficas, não posso ficar me adaptando, e menos ainda concordando, só para agradar ao modo mecanicista e cerebrocêntrico de alguns cientistas que querem brincar de Deus.

Como espírita convicto e evolucionista, sem ser médico ou cientista, não posso concordar com essa utilização de células embrionárias, pois estaria contrariando frontalmente meus princípios filosóficos, e quando doutrinários, me esquecendo dos renascimentos não programados como estudamos na Educação de Pais Gestantes, conforme a lei de atração entre os seres.

A nosso ver, a pesquisa de embriões é uma modalidade de crime, - o aborto de proveta – verdadeiro genocídio.

“Um país que aceita o aborto não está a ensinar os seus cidadãos a amar, mas a usar a violência para obter o que querem. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto.” nos ensinou Teresa de Calcutá.

Não entendo porque o animal e o vegetal tenham maior relevância, e a proteção à vida e à saúde humana, sequer merece uma lei exclusiva.

O texto da lei contém uma linguagem legislativa confusa, ambígua, e demasiadamente aberta do ponto de vista semântico, que beneficia as pesquisas ligadas a biotecnologia e os estudos com as células-tronco embrionárias.

Quando se fala em pesquisa ou utilização de células-tronco, a primeira palavra que vem à tona é: agronegócio; que tem influência direta na produção de alimentos em maior quantidade.

Começo a entender.

Até parece que a vida humana é incômoda para certos brasileiros, que trocam desenvolvimento cultural por retrocesso humanístico, privilegiando o lucro.

Pobre Brasil.

Nilton Salvador
Enviado por Nilton Salvador em 30/03/2008
Código do texto: T923314