Auto-conhecimento, o caminho para cura interior.

Depois do desconforto de ficar por longas horas, dias, meses, anos, sem as bases do auto-conhecimento, sugiro experimentarmos abrir as portas desse porão empoeirado, fazer uma faxina na Casa do eu. Você conhece essa casa? Eu ainda não! Pergunta-me, ainda não conheces? Respondo-te: não. Essa casa é grande, nela há muitos labirintos, armadilhas e alçapões....

Mas é preciso começar a descobri-lá.

Descer as escadas não e fácil, olhar no espelho, quebrar a velha taça de vinho, de sangue. Falo em descer com a intenção de lembrar que a escala de tempo aqui é decrescente, sempre. Haja vista que estamos numa expedição em busca de nós mesmos, a bússola para não se perder é a coragem.

Imaginem uma parede pichada, varias cores, formas, todas disformes, incompletas e confusas, assim somos nós na maioria das vezes.

O desconhecimento da origem das tendências, dos gostos e desgostos, nos tornam vulneráveis ao tirano que há, pasmem, dentro de cada um nós, não há fera mais impiedosa do que a bestialidade de não saber quem se é.

É preciso determinação para sair de casa, de dentro, de olhar para dentro, sem medo, sem pudor, sem rancor, sem hipocrisia.

Já recomendou tão efusivamente o filosofo Sócrates “Conheça-te a ti mesmo”, Sócrates propunha que as pessoas saíssem da caverna, da escuridão que havia em seus espíritos. Para alcançarem à luz, seria necessário, segundo ele, buscá-la. Porém, aonde buscá-la? A resposta era imediata: dentro de nós mesmos.

Saia do chão voe alto nas possibilidades infinitas do Ser, do ser corajoso, do ser caridoso, determinado no cumprimento existencial de sua proposta e reforma intima.

É preciso descer as cavernas do interior, escalar delicadamente nossas emoções, e principalmente, nossas reações.

É preciso coragem para encontrar velhas pessoas, desfazer quadros psíquicos doentios, perdoar, arranhar as lembranças, fazer sair o sangue da magoa estancado na epiderme mais profunda. Uma viagem pelo passado, descobrir onde nos perdemos, onde aprendemos a não nos amar, visitar a casa de bonecas da infância, olhar-se profundamente, um estado de contemplação profunda e solitária.

Sair do conforto para o desconforto do auto-enfrentamento, uma procura pelos arquivos secretos do tempo, os maiores arquivos a nosso respeito encontram-se na família, abrindo o arquivo familiar isento de julgamentos medíocres ter-se-á acesso a nossa literatura, aquela que delineou parte, grande parte do que somos hoje, do que acreditamos Ser.

Vai, abre sem medo! Chore, ria, mas jamais sinta piedade de você, a auto piedade enfraquece as pernas nesse caminho, que é por demasiado longo. Não desista siga em frente, sei que alguns espinhos far-te-ão doer os pés, mas siga. Passe pelo jardim, pise no lodo sem medo de sujar os pés, é necessário coragem para rever velhas figuras, velar e enterrar velhos ídolos talhados ingenuamente. Destarte, como num trem fantasma, passarás pela escuridão, lapsos de luz, gritos de dor, sorrisos histéricos, até chegar à superfície. E, então cansados, afogados dentro de nós, sairemos mais fortes, mais conscientes, aprenderemos a aceitar nossas limitações, sem auto piedade, mas (Com-paixão) o caminho de volta para casa ficara mais fácil. Lembre-se nada de julgamentos, simplesmente ame sua história, pois agora você já a conhece.