Somos passageiros, as melhores instituições permanecem

Inicialmente quero agradecer aos leitores pelos comentários enviados sobre meu último texto publicado intitulado A gente não quer só comida, devo também agradecer ao grupo Titãs que deixou a música martelando em minha memória durante dias e me motivou a escrever, contemporizando a letra.

Amigo leitor, como costumo fazer, vamos iniciar este encontro com um questionamento: Quanto tempo podemos permanecer vivos no planeta terra? Ou seja, qual a duração desta nossa vida?

Ouço 70, 80, 90, e ainda, para os entusiastas dos avanços médicos, até mesmo 100 anos. Convenhamos, Dercy Gonçalves e Oscar Niemayer estão na lista das exceções e aqueles que pensavam que Roberto Marinho era perpétuo, erraram.

Então, partimos da certeza que somos passageiros e que nesta nossa passagem construímos instituições. Somos passageiros e as melhores instituições permanecem. Eis o título deste artigo.

Se perguntarmos para um grupo de pessoas qual o objetivo delas nesta passagem, certamente ouviríamos da maioria: ser feliz! Vou discordar neste ponto, porque acredito que a felicidade não é um objetivo mas sim a conseqüência dos objetivos alcançados, ou seja, ela é a sensação que permeia o caminho em busca do objetivo e ao mesmo tempo o gozo que emerge das conquistas. Então, felicidade não é algo acabado, mas sim alimentado.

Uma frase de Tolstoi me foi apresentada pelo Prof. Salésio Herdt: “A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira”. Em poucas palavras Tolstoi resume a certeza de que a felicidade só será alimentada a partir da prática do bem, das escolhas certas e com a consciência de que somos passageiros.

Nesse sentido, entendo que a prática do bem, ou seja, o prazer em fazer o bem é um hábito, assim como o contrário também é, e ainda, o hábito contribui na formação da essência, que é distinta de competências adquiridas ou de aparências.

Certa feita, numa conversa de viagem na famosa BR 101, a Profa. Regina Ehresperger comentava algo que me marcou. Profa. Regina dizia que é relativamente fácil aprender a desempenhar determinada função, rotinas a gente aprende, no entanto, existe um aspecto essencial que carregamos conosco em todas as funções que podemos vir a exercer, trata-se da essência, da ética, da personalidade e da capacidade criativa. E, permita-me ainda acrescentar professora: a alegria de fazer o bem.

Ainda na semana passada, Prof. Ailton Soares, candidato a Reitor, me comentava o fato de que a Unisul é a maior universidade do Estado de Santa Catarina e também será a melhor. Prof. Ailton é ciente de que o processo de crescimento qualitativo da universidade é irreversível, por que a instituição já desencadeou estrategicamente vários projetos que apontam para este rumo, e que, as pessoas conhecedoras do significado real dessas ações, os passageiros do hoje, também estão imbuídos deste ideal. Ou seja, o professor sabe que não basta se ter projetos, tem que se ter pessoas convencidas e preparadas para sua execução, eu diria, não basta se ter excelentes partituras, precisa-se de orquestra para executa-las com maestria. Mais uma vez, nesta execução, a alegria de fazer o bem é requisito essencial, afinal, estamos formando pessoas.

Por fim, tive o privilégio de ler na íntegra o trabalho profissional do Prof. Mauri Herdt, formatado a partir do curso de especialização para gestores de instituições de ensino superior. Confesso que fiquei entusiasmado com as propostas apresentadas pelo professor, nas quais, mais uma vez a essencial qualidade acadêmica é construída por passageiros convictos de sua consolidação.

Contudo, a perpetuação da instituição está nas mãos dos passageiros, o eterno depende do agora, a reação é intrínseca a ação, e, por fim, parafraseando Tolstoi, somente a alegria de fazer o bem poderá alimentar a felicidade. O resto é ilusão.