Visões de um aprendiz na Umbanda

Desde os tempos mais antigos, ainda quando não se falava em incorporação e sim em “receber”; em “santo” ao invés de Entidade; em “trabalho” ao invés de manipulação de energia, dentre outras coisas, sabemos que cada médium trabalha de uma forma, tal qual as Entidades também trabalham/atuam de forma diferenciada, no que diz respeito à linguagem, material de trabalho, postura, etc.

No que se refere aos médiuns na Umbanda, é bom observarmos as diferenças de cada um, sabendo sempre respeitar os irmãos no santo. Todos se distinguem entre si. Suas posturas, seus comportamentos, suas visões e interpretações são pessoais. Afinal, lembremos: podemos todos compartilhar um mesmo propósito, porém de maneira diferenciada. A mensagem pode ser uma só, mas a maneira que ela será compreendida, difere de A para B, que difere de C e assim por diante.

Dentro de uma Casa Espiritual, de um Templo, tenha ele a denominação que tiver, todas as manifestações são possíveis. Desde as mais belas e encantadoras às mais temíveis e assustadoras aos olhos humanos. A Egrégora Espiritual vê, com olhos que não possuímos, todas as necessidades de uma Casa, e com isso autoriza ou não a permanência de espíritos, sejam eles verdadeiros detentores da Luz ou aqueles que estão em sua busca.

Não cabe a nós, enquanto seres encarnados, determinar ou escolher quem o que tipo de almas merecem a Luz, o esclarecimento e a orientação. Todos são guiados conforme seus merecimentos e condições em que se encontram espiritualmente. Este processo é natural e ocorre entre nossas Entidades e tais seres. Enquanto estamos em sintonia mental com nossas Entidades, todo o trabalho que a elas são designados são realizados simultaneamente, sem que percebamos alguma diferença, embora muitas vezes o ambiente fique mais denso.

É imprescindível, pois, sempre estudarmos e nos aprofundarmos nos ensinamentos que são passados por nosso(s) dirigente(s). Seja através das reuniões, dos grupos de estudo, das orientações ou experiências de vida espiritual daquele(s) que comanda(m).
Somente eles são capazes de nos dar as bases que mais tarde vamos desenvolver sozinhos. Somente eles são capazes de inserir em nossos conceitos, suas visões pessoais e particulares da Religião, que ao longo do tempo vamos modificando conforme nossas convicções pessoais e aperfeiçoamentos alheios. Somente eles podem nos servir de Guias físicos, fazendo com que nos espelhemos em seu comportamento, palavras e ações.
E por isso é tão importante que sejam claros em suas colocações, objetivos em seus conceitos e incisivos em seus ensinamentos. Devem sempre primar pela qualidade de seus comandos e diretrizes de seus Templos.

A perfeição não é o objetivo, até porque a perfeição é um ponto de vista. O que deve ocorrer é a sinceridade e congruência entre o que se prega e o que se faz. Deve haver harmonia, sempre. Sem estes referenciais perde-se o solo firme. Todos perdem, pois todos são um, enquanto irmanados num ideal de espiritualidade.

A credibilidade é sagrada e não pode ser abalada. Ela é “imexível”, intocável e é de responsabilidade também de quem tem as rédeas do jogo.

Cada um conduz sua vida espiritual, dentro de uma Religião ou Filosofia, da maneira que melhor lhe convém, desde que, é claro, não interfira no andamento e bom funcionamento de uma organização de pessoas, reunidas com um único propósito.

Todos devem saber dos seus direitos e deveres. Todos são adultos, maduros e suficientemente capazes de levar adiante suas decisões, pois possuem o direito de exercício do livre arbítrio.

A vigilância e a constância de atos e atitudes devem existir. Não é desejável que haja alternâncias, pois elas em sua grande maioria atrapalham o bom funcionamento das coisas.

Com estes conceitos, o estudante e o sacerdote, o aluno e o mestre se fortalecem, a fim de que enriqueçam suas virtudes. Tornam-se maiores e melhores, e com isso mais certos de que o caminho jamais pode ser abandonado. Pelo contrário, deve ser seguido com afinco, sem fanatismos ou imposições. Apenas vivido, trilhado, traçado. Só assim o sagrado não se desfaz...

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Ulisses Júnior
Enviado por Ulisses Júnior em 11/04/2008
Reeditado em 22/07/2011
Código do texto: T940893
Classificação de conteúdo: seguro
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