Vivendo no mundo com luz para o mundo

1João 2.15-17 – “Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente”.

Temas: Vivendo no mundo como luz para o mundo.

Segundo o físico alemão Albert Ainstein “vivemos presos no mundo”. Na verdade, ninguém quer deixar este mundo que está cada dia mais habitado. O mundo é belo e cheio de mundos.

Tudo indica que cada um de nós possui um mundo distinto e pessoal. Alguns vivem num mundo gigante, outros num mundo pequeno e humilde. As pessoas tomam por base a quantidade de bens que alguém possui e pelo seu grau de relacionamento, para então classificarem seu mundo. O mundo dos negócios, dos amores, das viagens, do “glamour”, da fama, etc.

Os destinatários desta carta são os “filhinhos” do autor, dos quais a vida espiritual ele conhece muito bem. É uma carta geral enviada por um pastor ao seu rebanho. Exibe terno cuidado por seus leitores. Sua intenção é proteger os seus amados “filhinhos” e firmá-los em sua fé e vida cristã. Seu tema central é: Deus é vida, luz e amor perfeitos.

Em primeiro lugar: Não devemos amar o mundo (v.15).

João faz uma descrição do mundo e dirige instruções firmes sobre a atitude dos cristãos para com o mundo: “Não ameis o mundo”, esta é a ordem. João sabe que as tentações não tiveram fim, mesmo com o perdão dos pecados, a comunhão de Deus e a vitória sobre o maligno. As tentações permanecem, e elas estão nas “cousas que há no mundo”.

Mas, o que é o mundo?

Esta não é a primeira vez que João usa essa expressão (mundo) na sua carta, porém, só nestes três versos ele usa seis vezes. Pode significar o “universo” (Jo.1.10), “vida na terra” (Jo.3.17). Normalmente o apóstolo se refere a “vida humana à parte de Deus” ou, “longe de Deus”. Ele escreve: “Não ameis o mundo”. Muitos vivem confusos quando relacionam este versículo com o que está registrado no evangelho em 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deus o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, palavras do Senhor Jesus.

João está tratando de mundos opostos, ou seja, “mundo como pessoas”, esse deve ser amado. “Mundo como um sistema maligno no seu domínio”, esse não deve ser amado. O apego pelo que esse mundo oferece, é um amor egoísta. Em João 3.16 o tema central é salvar o pecador, em 1João 2.15 o tema central é fazer parte do pecado que há no mundo (ser conivente). O cristão deve amar a Deus (v.5) amar a seu irmão (v.10), mas não deve amar o mundo (v.15).

Em segundo lugar: As ofertas do mundo não procedem do Pai (v.16).

Alguns vivem e são absorvidos pelos interesses do mundo. No contexto desse texto, João havia dito aos seus “filhinhos” sobre o perdão dos pecados (2.12). Esses rejeitam a Cristo. Tiago em sua carta escreve: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg.4.4). João diz que quem é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (1Jo.5.4).

O que é que o mundo tem nos oferecido atualmente?

O que procede do mundo é próprio do mundo. Jesus orou: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou” (Jo.17.15,16).

O mundo fascina as pessoas com suas ofertas: TV a cabo, internet, CDR, compras “on line”, e até intimidade alheia chamada “big brother”.

O discípulo amado faz uma seleção: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” são as marcas de uma vida alheia a Deus. A primeira diz respeito ao desejo desenfreado da nossa natureza decaída e pecaminosa: a carne. A segunda são as tentações que nos assaltam a todo instante, de fora para dentro através dos olhos (Lc.11.34). O grande exemplo está em 2Sm.11.2, Davi quando viu a mulher de Urias se banhar, imediatamente a cobiçou. A terceira é a soberba da vida. São pessoas que querem se mostrar importantes. São arrogantes e vaidosas.

Em terceiro lugar: Tudo que é do mundo passa (v.17).

Aqui temos motivos de sobra para não amarmos as coisas do mundo. Vivemos hoje numa era condenada. As trevas estão cada vez mais densas, os homens cada vez mais mundanos e passando junto com o mundo. João diz que o mundo inteiro jaz no maligno (1Jo.5.19).

Você já pensou se todos caminhassem numa mesma direção? Em nossa sociedade quem estaria andando na contramão?

O apóstolo diz que só uma classe de homens permanecerá: “aquele, porém, que faz a vontade de Deus”, ele conclui afirmando que os que estão religados a Cristo, permanecem nele, e permanecem eternamente: “Vivendo no mundo como luz para o mundo”.

Que lições podemos aplicar em nossas vidas referentes aos ensinamentos e advertências vindas da parte do apóstolo João? Temos sido fiéis a Deus, ou estamos cedendo aos convites do mundo?

Na Bíblia a palavra mundo geralmente significa mundo criado (pássaros, rios, montes), todavia o mundo referido à Igreja é o mundo dos homens que não conhecem a Deus. E nós somos enviados a este mundo para vivermos no mundo como luz para o mundo.

Devemos orar para que estejamos cientes de que vivemos em ambientes mundanos (trabalho, escola, cidades), mas que não sejamos tragados pelas cousas do mundo, pois, não procedem do Pai. Tudo que é do mundo passa, assim como o céu e a terra, porém as palavras do Senhor permanecerão.

Que Deus nos abençoe!