O Desafio do Presente: a produção dos alimentos

Bem, gente, acabou a brincadeira. Os alimentos vão encarecer. E não pensem que estou falando de caviar, de faisão, de trufas, de queijo camenbert. Não estou falando do feijão com arroz de todos os dias, do leite, do pão, a farofa e do macarrão.

O que está encarecendo a comida não são os bio-combustíveis, como afirmam alguns ricaços norte-americanos, mas o preço do petróleo que subiu quase 100% nos últimos tempos, e, como sabemos, os adubos vem do petróleo que também movimenta toda a maquinaria usada na produção agrícola.

Ora bolas, e porque sobe o petróleo? Seria porque está escasseando? Não, todos os dias se descobrem novos campos. O que encarece é a perda de valor do dólar. Ora, se os produtores vão trocar petróleo por dólares e o dólar perde o valor, então o preço do petróleo tem que aumentar!

Resta saber porque o dólar perde o valor. Será que é porque eles fabricam muitos dólares para pagar as suas despesas com a guerra do Iraque, assim como fizeram no tempo da guerra do Vietnã, quando o dólar foi desvalorizado em 10%, em 1970, o que motivou a reação da OPEP, com o atraso de três anos e o reajuste de preço do barril de petróleo que custava míseros dois ou três dólares e passou para doze dólares, provocando a primeira grave crise no sistema econômico-financeiro que emergiu vitorioso da Segunda Grande Guerra?

Como em 1973, a crise gera a necessidade e a oportunidade de mudança, viabilizando a pesquisa e desenvolvimento de novos processos. Em 1974, o Brasil iniciou o Proalcool, que resultou em benefícios que estão presentes ainda hoje. Trouxe, também, o discutível Acordo Atômico com a Alemanha e as usinas atômicas de Angra dos Reis.

E hoje, a ameaça de uma crise alimentar pode por fim a um ciclo virtuoso de crescimento econômico, em termos mundiais, recolocando o Brasil como potencia emergente capaz de produzir alimentos menos caros para o mundo, e também estabelecer parcerias positivas, fornecendo, inclusive tecnologia e financiamento para as nações da Ásia e África que estão sendo mais impactadas pelo encarecimento dos alimentos.