Um Amor Impossível! Dias dos Namorados!

Um Amor Impossível!

Adentrávamos ao século XXI e havia sim muita desigualdade pelo mundo e isso incomodava alguns governantes, homens poderosos que brigavam pelo poder do mundo, onde quem tinha as armas mais potentes mandava mais e isso os instigavam a lutar por tudo, desde um pequeno pedaço de fronteira, até os raros e cada vez mais caros barris de petróleo.

Mas longe de tudo aquilo numa cidadela de hábitos simples residia uma bela e deslumbrante jovem que desde que nascera, estava destinada a prender o coração de um humilde rapaz. Este era pobre em finanças, mas rico em sensibilidade, sabia como poucos compreender os sentimentos alheios, menos os seus.

Eram eles; Cecília e Paulo! Ela pertencia à classe mais alta e, portanto teve acesso a bons colégios e ensino de qualidade, como desde cedo demonstrou interesse e determinação se formou em Psicologia; Ele por sua vez foi até aonde deu, família humilde, dinheiro contado e ao fim de cada mês muita imaginação para fazer o pouco dinheiro render ou passariam fome, ainda mais que não era filho único. Eram ao todo em cinco e Paulo era o mais velho dos irmãos, agora com vinte e cinco anos.

Cecília com vinte e dois anos, olhos castanhos claros, cabelos não muito longos, também como os olhos acastanhados, formada pela UFMG, desfilava beleza e inteligência, sabedoria e simpatia, dona de um carisma que foi capaz de cativar e aprisionar o coração daquele simples rapaz. Cecília tinha um par de olhos castanhos que cativava, estes que seduzira o simples jovem Paulo, dona de um sorriso tão branco que ofuscava a própria luz, um corpo bem cuidado, ainda um coração puro e generoso. Cecília ao caminhar parecia flutuar! Assim os encantos de Cecília seduziram Paulo que a amava solitariamente, pois diante das diferenças se calou e não tinha coragem de se abrir, mantendo aquele lindo sentimento aprisionado em seu coração, apenas as folhas de um simples caderno escolar conheciam aquele amor, sua dor e apenas aquelas folhas eram sua ouvinte, portanto amava em silêncio, mesmo que em determinados momentos acabava quebrando a ponta do lápis tamanha força transferida para ele em forma de grito e desabafo.

Paulo precisou interromper seus estudos aos doze anos, pois precisava trabalhar para ajudar a mãe a cuidar dos irmãos, após a recente morte do pai, assim evitava que todo trabalho recaísse sobre sua batalhadora e dedica mãe. Mas diante do inevitável e de uma mãe batalhadora Paulo não teve como se enfraquecer e juntos lutaram bravamente para que os irmãos tivessem uma vida digna.

Paulo era um belo e determinado garoto, trabalhador, honesto, persistente, não esmorecia e fazia de tudo para que a mãe não se sentisse sozinha, com seu meigo e delicado sorriso, seu olhar espontâneo e profundo, a fitava sempre com amor e não a deixava se abater, transmitindo-lhe muita força e coragem em meio aquele turbilhão de problemas que enfrentava não deixava a mãe se desesperar e se mostrava otimista e com seu constante sorriso não abandonava a mãe. Com a facilidade em se expressar, procurava manter a mãe sempre altiva, e assim juntos seguiam sem medo da vida.

Diante de tantas diferenças Paulo permanecia em silêncio amando Cecília e nada que ouvisse o faria renunciar àquele sentimento puro, quanto a jovem Cecília, talvez nunca viesse a saber daquele gigantesco e desinteressado amor, já que tão bem fazia ao sensível jovem! Aquele amor o fazia se sentir um ser, sentia-se gente, vivo! Não se abria por temer que a jovem se sentisse na obrigação de retribuir aquele sentimento, mas o que ela não sabia era que Paulo a amava tanto que jamais a imporia aquele dever, ele se sentia bem apenas amando Cecília e não queria vê-la presa a ele a não ser que ela o amasse, mas sabia que isso era impossível, embora ela pudesse superar aquelas diferenças, ele não seria, sabia que era incapaz de se entregar a ela, embora seu coração a ela já pertencesse, e para sempre pertenceria!

Luiz Miguel