Abre Alas 1970
Dia de festa, dia de luz,
Dia sem par, de aleluia,
O fogo arde, a flor enfeita,
O morto espera a sua deixa;
Dia retornar às noites de luar,
Num descampado só,
Um sonho quase meu;
Minha casa junto da avenida,
Sua casa água amaralina,
Minha casa cova mais antiga,
Sua casa sua própria vida.
Setenta é o lixo do mundo cristão,
Setenta é o luxo do mundo em vão,
Setenta é a taça, é a troça, é a traça,
Com meu amor: Abre alas, abriu ô,
Abre alas, abriu ô!
Setenta é o condor no espaço a espreitar,
Setenta é o câncer, adeus, até lá,
Setenta é a taça, é a troça, é a traça,
Com meu amor: abre alas, abiu ô,
Abre alas, abriu ô!
A escola de samba vai sair,
E todo o mundo vai cantar,
Pela avenida não há mais (um) lugar,
Pra se olhar, pra se ver,
Pra se olhar pra se ver,
Pra se olhar pra se ver , pra cantar,
Abre alas, abriu ô, abre alas abriu ô,
Abre alas, abriu ô, abre alas abriu ô,
Abre alas, abriu ô, abre alas, abriu ô,
Abre alas, abiu ô, abre alas, abriu ô,
Abre alas, abiu ô, abre alas, abriu ô,
Abre alas, abriu ô, abre alas abriu ô, ô:
A escola de samba vai sair...
Pablo Ribeiro.
Marco Antonio Capalbo.