Autor:Marinaldo Lourenço "poeta cordelista".
- Uma rede feita à mão
- É boa pra se deitar
- E um bom cochilo tirar
- Depois de comer o pão
- E ouvindo uma canção
- Naquele quartinho escuro
- A QUALIDADE DO SERTÃO
- ME FAZ BEM É MUITO PURO!
- Não tem dinheiro que pague
- Acordar de manhãzinha
- Ouvindo o galo cantar
- Na dupla com um golinha
- Grita bem alto um pavão
- Parece estar em apuro
- A QUALIDADE DO SERTÃO
- ME FAZ BEM É MUITO PURO!
- Depois do milho pizado
- E passado na peneira
- Já deixava avisado
- Pra ninguém fazer besteira
- De istruir o resto não
- Daqueles carocim duro
- A QUALIDADE DO SERTÃO
- ME FAZ BEM É MUITO PURO!
- Os carocim que sobrava
- Deles fazia o xerém
- Numa panela cozinhava
- Era gostoso também
- Comia uma manga cocão
- Ficava forte e seguro
- A QUALIDADE DO SERTÃO
- ME FAZ BEM É MUITO PURO!
- Admiro a rezadeira
- Que vinha rezar na gente
- Uma doutora de primeira
- Que curava dor de dente
- Com um mói de ramo na mão
- Benzia no claro ou escuro
- A QUALIDADE DO SERTÃO
- ME FAZ BEM É MUITO PURO!
- A poeira da estrada
- Conhecida a "carroçal"
- Em toda casa dá entrada
- E nunca fez nenhum mal
- Vai da mesa ao fogão
- Com tudo isso eu aturo
- A QUALIDADE DO SERTÃO
- ME FAZ BEM É MUITO PURO!
- Se me chamam de matuto
- Faz levantar meu astral
- Lutei por isso e luto
- Não pretendo ser igual
- Um doutor sem educação
- Ou aquele rico pão duro
- A QUALIDADE DO SERTÃO
- ME FAZ BEM É MUITO PURO!