Homenagem à Mary Shelley, escritora do romance gótico: Frankenstein (1831)
Aquela menina nasceu
Filha de Golding se concebeu
Sua mãe do parto floresceu
E com Shelley se irrompeu
O pai, resignado foi-se então
O padrasto o sobrenome deu-a senão
Sua mãe a iniciou na escrita
E na juventude se fez mulher aflita
No castelo de Byron as férias passou
E, num lampejo a estória criou
Um terror fantástico
Que pelo mundo se consumou
A obra, ao pai dedicou
Mas o sobrenome do padastro herdou
Escrevia desde a infância, a ficção
Viveu no campo com forte obsessão
Criar um conto, criar uma estória
Num quase erro, numa memória
Lembrou de fantasmas, lembrou do inicio
E na voraz escrita, uma obra no solstício
A noite era sombria, lúgubre, mortal
Do sonho acordado, uma febre fatal
Desejou a criação feita com afeição
Que lhes tragam dor, dor e perdição
O monstro sem nome
Herdou o seu do criador
Nesse quase erro
Todo mundo é entendedor
Mary Shelley, saia do castelo
Mary Shelley, volte para casa
Nem Hamlet, nem Otelo
Fazem sombra à tuas asas
O monstro sem nome
Herdou o seu do criador
Nesse quase erro
Todo mundo é entendedor
Mary Shelley, saia do castelo
Mary Shelley, volte para casa
Nem Hamlet, nem Otelo
Fazem sombra à tuas asas.
"Ela plantara as sementes que tinha nas mãos. Não outras, só essas." (Clarice Lispector)
*Poesia musicada pelos Retinas Queimadas: uma banda de rock punk tosco underground virtual.
*Ficha Técnica:
Lou James: Letras e vocais
The Saylor: Guitarra e baixo
Savok: Letras, gritos e vocais
Nosfa: A bateria eletrônica
Núbia Poison: Backing vocal e letras
Curtis Jones: Fotografias e produção audiovisual